Com 91,35% das urnas apuradas, o ex-secretário de Infraestrutura, Eduardo Riedel (PSDB) foi eleito governador com pelo menos 56,41% dos votos neste domingo (30). A apuração ocorreu em pouco mais de uma hora e superou previsão do TRE-MS (Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul).
Pela primeira vez disputando um cargo eletivo, o tucano assumirá a continuidade do governador Reinaldo Azambuja (PSDB) nos próximos quatro anos.
Depois de ficar em segundo lugar no primeiro turno, com 361.981 votos, ou seja 25,16% do total, o então candidato se empenhou em ampliar ainda mais o arco de aliados para chegar até a vitória. Conseguiu o apoio de 76 prefeitos dos 79 municípios do Estado após ter participado ativamente do programa Governo Presente, que atendeu as demandas dos gestores durante seu trabalho de municipalismo na administração de Azambuja.
O tucano foi o único a participar de todos os debates no segundo turno, que na maioria acabaram se transformando em sabatina, já que o adversário deputado estadual Renan Contar (PRTB) não compareceu. Riedel aproveitou cada oportunidade de falar por meio da imprensa seu projeto de plano de governo.
Além disso, contou com o apoio da ex-ministra da Agricultura e senadora eleita, Tereza Cristina (PP). Amiga pessoal, graças ao meio do agronegócio que ambos fazem parte, ele conseguiu apoio do presidente Jair Bolsonaro (PL) e também formou a maior coligação de partidos durante a eleição. A Coligação Trabalhando por um Novo Futuro (PSDB/CIDADANIA / REPUBLICANOS / PP / PSB / PL / PDT), completa a chapa com o nome do deputado estadual José Carlos Barbosa, o Barbosinha (PP), como vice-governador.
Perfil – Eduardo Riedel nasceu em 5 de julho de 1969. É carioca e filho do meio da tradicional família Corrêa de Maracaju, proprietária da Sapé Agro. Os pais Seila Garcia Côrrea e Nelson Riedel se mudaram para o Rio de Janeiro, mas faziam questão de trazer toda a família para curtir as férias em terras sul-mato-grossenses.
Riedel se formou em Ciências Biológicas na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e posteriormente mudou-se para fazer mestrado em Zootecnia na Unesp ( Universidade Estadual Paulista), campus Jaboticabal. Também é Pós-graduado em Gestão Empresarial pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) e Pós-graduado em Gestão Estratégica pelo Instituto Francês INSEAD (Instituto Europeu de Administração de Empresas), em Fontainebleau, na França.
Ainda na faculdade carioca conheceu a atual esposa, Mônica Dias Riedel, com quem é casado há 28 anos. Os dois são pais da Marcela e do Rafael. O Lado B contou a história de amor do casal, que tiveram a música “Eduardo e Mônica” da banda Legião Urbana com significado importante na vida conjugal.
Em 1995, Riedel assumiu a gestão da propriedade rural da família, em Maracaju. Com foco na gestão e na tecnologia, mudou o perfil produtivo da Fazenda Sapé – tornando-a referência em governança familiar, sustentabilidade e diversificação. Mas foi a vontade de fazer mais pelo coletivo que levou Riedel a participar do Sindicato Rural de Maracaju até presidir a entidade em 1999.
Missão que levou a ganhar a credibilidade da classe produtora do Estado para assumir a vice-presidência da da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), em 2006. A partir de 2010 assumiu o comando interinamente e concluiu mandato como diretor-presidente de 2012 a 2014.
Como presidente da Famasul, respondeu pela participação da entidade no colegiado de 75 órgãos, entre câmaras setoriais, comissões estaduais e nacionais, comitês gestores e conselhos. Em 2011 assumiu como diretor vice-presidente da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil).
Participou também do Conselho Nacional de Política Agrícola, do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), e a Câmara Setorial Consultiva de Logística de Armazenagem e Transporte, ligada à Seprotur (Secretaria de Produção e Turismo de MS). A Federação representa 68 sindicatos rurais. Paralelamente, entre os anos de 2011 a 2014, foi presidente do Conselho Deliberativo Estadual do SEBRAE/MS.
Em 2015, Riedel foi convidado a assumir a secretaria de Estado de Governo e Gestão Estratégica, na posse do governador Reinaldo Azambuja (PSDB). Pasta que permaneceu durante parte do segundo mandato tucano.
A última missão antes de sair da administração para disputar a eleição foi comandar a pasta de Infraestrutura, responsável pelas entregas de obras da gestão. Mesmo período que foi o porta voz do programa Prosseguir durante a pandemia e responsável pela orientação semanal do governo para os municípios.