Característico no cardápio da Semana Santa – quando não se come carne vermelha -, quase metade dos pescados em Mato Grosso do Sul apresentaram um percentual da camada de gelo alterado acima do percentual permitido, é o que aponto levantamento feito pela Agência Estadual de Metrologia (AEM-MS).
Braço local do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), a Agência coletou 1.073 unidades em frigoríficos; peixarias e supermercados, não só da Capital, mas também dos municípios de:
- Naviraí,
- Ivinhema,
- Dourados,
- Itaporã,
- Coxim,
- São Gabriel do Oeste,
- Chapadão do Sul e
- Nova Andradina
Segundo a AEM-MS, entre as unidades pelo menos 43% das amostras coletadas foram reprovadas, já que tinham peso abaixo de declarado nas embalagens, principalmente pelo excesso de gelo presente nas amostras.
Conforme a Agência, presidida por Marcos Henrique Derzi, existe um percentual de tolerância para as camadas de gelo em pescados, sendo que o excesso traz prejuízo para os consumidores que adotam essa opção durante a Semana Santa.
“O percentual de tolerância pode variar entre 1,5% a 3% do peso declarado na embalagem. Fora desse valor, o produto estará reprovado”, esclarece Marcos Derzi.
Além disso, apuração do Correio do Estado, com base nos dados do Instituto de Pesquisa da Fecomércio (IPF-MS), indicam que o peixe é prioridade em mais de 65% da mesa dos sul-mato-grossenses.
Realizada com 1.981 pessoas, entre 27 de fevereiro e 3 de março, nos municípios de Campo Grande; Dourados; Ponta Porã; Coxim; Bonito; Corumbá; Ladário e Três Lagoas, os números mostram que o ranking das espécies favoritas pelos sul-mato-grossenses é liderado pelo Pacu (44,32%), seguido pela Tilápia (32,78), o Pintado (23,56%) e Bacalhau (10,05%)
Pagando mais caro
Conforme o diretor-presidente, uma força tarefa foi feita para realizar as coletas, já que nessa época há um aumento considerável no consumo de pescados (peixes e crustáceos), com o consumidor pagando um preço considerável pelo gelo que acompanha o produto.
É importante esclarecer que, essa camada conhecida como “glaciamento”, serve para conservar as características dos pescados, sendo uma verdadeira “embalagem interna de preservação da qualidade”, frisa a AEM-MS.
Ainda assim, o consumidor precisa estar atento a alguns parâmetros, para justamente evitar pagar mais caro nos produtos adquiridos, principalmente se o preço está muito distante da média geral cobrada por aquele produto.
Além disso, a Agência recomenda que sejam observados se esses comércios estão seguindo à risca as recomendações feitas pelos fabricantes, que envolvem até mesmo o acondicionamento dos produtos na temperatura adequada.
Como bem detalhou o Correio do Estado, o preço do pescado registrou alto de até 36% durante a Semana Santa nesse ano, com o famoso bacalhau, por exemplo, saltando de R$ 79,93 para cerca de R$ 108,90 neste 2024.
Localmente, a equipe do Correio do Estado, inclusive, consultou cinco peixarias antes do feriado e encontrou uma variação de quase dez reais, levando em conta os mesmos estabelecimentos procurados em 2023.
Das três principais peixarias de Campo Grande, a diferença no preço do bacalhau foi de R$ 45,10, variando entre R$ 89,90 até R$ 135.
Fonte: CE