COP

Estuprador pediu cavucate para enterrar menina: ‘não conta para o pai’

Por Redação

Em 28 de agosto de 2025

0 Compart.
Corpo de Emanuelly Victória foi encontrado na casa do acusado, no bairro Vila Carvalho – Paulo Ribas/Correio do Estado

Depois de estuprar e matar a pequena Emanuelly Victória de Souza, de 6 anos, na quarta-feira (27) em Campo Grande, Marcos Willian Teixeira Timóteo, de 20 anos, passou o dia trabalhando ao lado do pai da vítima e chegou a pedir uma “cavucate” (ferramenta de escavação) emprestada do vizinho, alertando: “não conta para o Kennedy nem para o Deivid”.

Pai da vítima, Deivid Bernardes afirmou, na manhã desta quarta-feira (28), que não esperava tal feito por parte do indivíduo, que ele disse não conhecer tão a fundo, relatando conhecer o homem chamado de “Gordinho” há cerca de no máximo três anos.

“Era conhecido só do trabalho, aparecia de vez em quando para conversar e passar, mas nunca chegou a parar muito por aqui. Fui fazer uma diária só com ele no passado, que trabalhava com desmanche de carro”, expôs o pai de Emanuelly.

Cronologia dos fatos

Com os cuidados para com Emanuelly revezados entre pai, mãe, tia e avó, com quem a genitora diz que a filha era “agarrada demais”, os familiares não suspeitavam de que tal tragédia poderia um dia atingi-los.

Patricia Rayana é mãe de Emanuelly e – inconsolável pela perda da filha e aos gritos de “, traz ela de volta pra mim, por favor” – conta que deu falta da pequena por volta do meio-dia, momento em que tentou entrar em contato com a avó materna através de Kenya Pantaleão, que é tia da vítima.

Kenya narra que estava em casa quando, entre o horário de 11h e meio-dia, recebeu mensagem perguntando se a sua mãe (avó de Emanuelly), não levaria a criança de volta, já que Deivid teria chegado para o almoço e estava perguntando da filha.

“Mandei dizendo que minha mãe não ia embora agora, só que eu não tinha entendido… Foi onde a menina já estava sumida e minha prima achou que estava em casa comigo, já que ficava lá constantemente, gostava de mim e éramos próximas, ia para igreja conosco, levava ela em parques”, conta.

Após entenderem a dinâmica dos fatos, Deivid revela que Marcos William pegou a vítima por volta de 08h, voltando ao mesmo local às 11h já que ainda faria uma diária serviço naquele dia junto do pai da vítima. “Ficou a tarde inteira comigo, a minha filha lá na casa dele já morta”, conta.

O pai ainda conta que, enquanto faziam uma mudança, Marcos William não fez qualquer comentário sabendo que a família já não tinha certeza do paradeiro da criança, porém não desconfiou de nada, já que “Gordinho” teria filhas com idades semelhantes às crianças de Deivid.

“Por volta de 15h cheguei aqui e perguntei para a minha mulher onde estava a minha filha, foi quando ela disse que ia ligar para minha mãe que ele [Gordinho] quis ir embora… não comentou nada, só vi ele suando frio, nervoso”, expôs.

Em complemento, a tia de Emanuelly cita que a família, apesar de sentir falta da criança em determinado momento da tarde,  ficou naquela “segurança” enquanto havia a falsa sensação de que ela estaria ou com Kenya ou com a avó.

“Só quando por volta de 20h que meu irmão mandou mensagem perguntando se não iam trazer a Emanuelly, que ela tinha aula e não gostávamos que faltasse. Perguntou se não sabíamos que ela tinha aula, e minha mãe veio questionando que o Deivid achava que a Emanuelly estava com a gente”.

Com a família reunida para buscar pela criança, um vizinho dono de um cabeleireiro foi a chave para achar a gravação em que Marcos William aparece acompanhado de Emanuelly Victória, por volta de 08h35 desta quarta-feira (27).

Nesse momento, a família começa a se dar conta do que pode ter acontecido com Emanuelly e quem seria o possível responsável, com a avó da pequena se dando conta que deu bom dia ao indivíduo no período da manhã, quando havia saído de casa rumo à casa da bisavó da criança e posteriormente da própria tia.

“O vizinho disse que ele veio pedir uma cavucate, mas que não era para contar nem para o Kennedy nem para o Deivide”, revela a mãe em prantos.

Conforme a tia da vítima, o homem conhecido como “gordinho” ia até o local, conversava com os Primos da família e, por isso, conseguiu acesso à casa que fica em uma viela.

“Foi onde ela [Emanuelly] deve ter acordado e ele chamado, porque ela não saía de dentro do corredor sozinha, na câmera dá para ver que ele vai olhando e dando sinal, que foi ele quem chamou e ofereceu algo”, diz a tia.

Deivid ainda afirma que, diante das imagens que confirmavam que “Gordinho” teria saído do local com a criança, chegou a ligar para o indivíduo questionando o paradeiro de Emanuelly.

Para o pai, “Gordinho” teria chamado Emanuelly após abrir o portão da residência, pedindo pela janela que ela pegasse a chave da porta e a menina, sem maldades, teria obedecido.

“Na hora que vi saindo com ele, quando ligamos e eu perguntei onde estava minha filha ele disse ‘não sei, não estou com ela’ e desligou… mas nisso já estava na casa dele para enterrar a menina.

Quando de noite, viu que eu estava desesperado procurando a Emanuelly, ele foi embora para enterrar ela, mas viu que não ia dar tempo e fugiu deixando a cavucate lá e o corpo dela debaixo da cama. ”, conta o pai.

Relembre

Conforme repassado pelo Batalhão de Choque, que atendeu uma parte da ocorrência, o corpo de Emanuelly Victória foi encontrado na casa do acusado, no bairro Vila Carvalho, em Campo Grande.

Com sinais de violência sexual, o corpo da criança foi encontrado dentro de uma banheira de bebê, que seria da filha de “Gordinho”, já enrolada sem vida embaixo da cama em uma coberta marrrom que estava presa com fita adesiva.

Marcos Willian Teixeira Timóteo morreu em confronto com a Polícia Civil na manhã desta quinta-feira (28), após ser baleado por equipe do Grupo de Operações e Investigações (GOI).  Ele estava na região do Inferninho, saída para Rochedo.

Acusado pela morte de Emanuelly, por homicídio qualificado, vilipêndio e ocultação de cadáver, o homem que estava com mandado de prisão aberto possuía passagens por estupro de vulnerável em 2019 e 2020, além de injúria e violência doméstica.
*(Colaborou Alison Silva)

CE/ML

Deixe seu comentário...
PROIBIDA A REPRODUÇÃO sem autorização.
JORNAL COXIM AGORA LTDA. CNPJ: 40.892.138/0001-67
Últimas notícias de Coxim, Sonora, Pedro Gomes, Alcinópolis, Rio Verde de MT (MS), Costa Rica, Camapuã, São Gabriel do Oeste, Figueirão e Pantanal.

Copyright © 2010 – 2025 – Todos os direitos reservados

Rolando para carregar anúncio...