O Papa emérito Bento XVI morreu neste sábado, aos 95 anos, em Roma, na Itália. Joseph Aloisius Ratzinger nasceu em Marktl am Inn, na região da Baviera, Alemanha, e foi Papa da Igreja Católica e bispo de Roma de abril de 2005 a fevereiro de 2013, quando renunciou ao cargo mais importante dessa instituição religiosa. Desde que abdicou ao trono de Pedro, Bento XVI tornou-se Bispo emérito da Diocese de Roma e vivia recluso no Mosteiro Mater Ecclesiae, nos jardins vaticanos, entre orações, leituras, correspondências e um pouco de música. Bento XVI já estava com a saúde frágil.
A informação foi divulgada no perfil do Twitter do Vaticano: “É com pesar que informamos que o Papa Emérito Bento 16 morreu hoje às 9h34 no Mosteiro Mater Ecclesiae no Vaticano. Mais informações serão fornecidas o mais breve possível”.
Ratzinger alcançou os holofotes mundiais ao ser eleito o 265º Papa, aos 78 anos e três dias, no conclave de 2005, substituindo João Paulo II e precedendo o Papa Francisco, atualmente o líder máximo da igreja católica. Na época, chamou a atenção por ser alemão, provavelmente o sexto germânico a ocupar tal posição desde Vítor II (há dúvidas se Estêvão VIII, nascera na Itália ou na Alemanha).
Poucos anos após ser nomeado Papa, Bento XVI renunciou à função, alegando que sua idade avançada não permitia que tivesse forças para ocupar importante papel e exercer a função adequadamente.
Durante seu pontificado, seu nome esteve envolvido em escândalos de pedofilia na igreja. Um relatório independente publicado em janeiro de 2022 acusava o Papa emérito de encobrir casos de abusos sexuais contra crianças na Igreja Católica da Alemanha. Segundo o documento, Bento XVI, então Arcebispo de Munique e Freising de 1977 a 1982, não teria impedido que um padre abusasse de quatro meninos.
Pouco depois, em fevereiro do mesmo ano, Bento XVI escreveu uma carta, divulgada pelo Vaticano, em que pedia perdão por esses crimes cometidos por terceiros. “Tive grandes responsabilidades na Igreja Católica. A maior delas é a minha dor pelos abusos e erros que ocorreram em diferentes lugares durante o meu mandato”, escreveu ele.
“Mais uma vez, só posso expressar a todas as vítimas de abuso sexual minha profunda vergonha, minha profunda tristeza e meu sincero pedido de perdão”, continuou Bento XVI, ao falar sobre faltas graves cometidas por fiéis.
Conservador, Bento XVI não tinha o carisma de outros pontífices, como João Paulo II e o Papa Francisco, mas apostava na intelectualidade e na sobriedade em suas palavras e posturas durante as homilias. Poliglota, falava ao menos seis idiomas, como alemão, italiano, francês, latim, inglês e espanhol, com conhecimentos de português, grego antigo e hebraico.
Amante da música, Bento XVI tocava piano e preferia os clássicos, como Mozart e Bach. Antes dele, o último Papa a adotar esse nome foi Bento XV, à frente do cargo de 1914 a 1922, exercendo seu pontificado durante a Primeira Guerra Mundial.