A defesa de W.V.G, o tatuador, conseguiu na data de ontem a revogação da sua prisão preventiva. A justiça concordou com a defesa, no sentido de que a prisão preventiva do réu não é mais necessária, pois não há nenhum indicativo de que a sua liberdade colocaria em risco a ordem social, não mais existindo os motivos da decretação da prisão cautelar.
O tatuador foi preso em 24 de outubro de 2020, pela acusação de homicídio qualificado por motivo fútil em desfavor da vítima Antônio Paulo de Andrade Vaz, bem como pela acusação de constrangimento ilegal em desfavor da vítima João Carlos da Silva.
Consta na denúncia que o Tatuador e a vítima estavam na Conveniência do Zezão, quando teve início uma discussão entre eles, acerca da participação em um grupo de motociclistas. O Tatuador afirmava ser integrante do grupo de motociclistas denominado “Abutres”, sendo contrariado por Antônio Paulo, que afirmava também ser integrante do moto clube mencionado e, reiteradamente, negava que o Tatuador integrasse o grupo.
Para evitar confusão, o tatuador foi embora para sua casa; mas após umas 04 horas, já de noite, Antônio Paulo e João Carlos foram até a casa dele, o chamaram aos gritos, até que foram atendidos. Quando o Tatuador saiu para a calçada de sua casa passou a ser encurralado, a vítima teria lhe pressionado, até que no ápice da discussão o Tatuador sacou uma arma de fogo e disparou vindo a vítima Antônio Paulo a falecer.
Para a reportagem o tatuador disse que: “Eu lamento muito tudo o que houve, mas eu nunca quis machucar ninguém, nunca quis confusão; eles foram atrás de mim na minha casa de noite, quando os atendi, fui encurralado, não tive alternativa, tive que me defender. Eu não atirei por conta da discussão na conveniência, até porque lá não teve discussão, eu atirei pra me defender, tive medo de morrer ou que acontecesse alguma coisa com a minha mãe, que tem mais de 70 anos de idade. Quero agradecer o meu advogado, o Dr. Alex Viana, que sempre esteve ao meu lado, e lutando muito para que a verdade prevalecesse, o senhor é o melhor advogado que eu conheço”.
O Dr. Alex Viana, emocionado, disse que: “é o início do fim de uma grande injustiça, após muitos dias de luta, mais de 06 Habeas Corpus, no Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul, no Superior Tribunal de Justiça, e no Supremo Tribunal Federal, enfim, conseguimos a revogação da prisão preventiva, através do Juízo singular. O que sempre defendi na Tribuna é que esse homem é um trabalhador, um filho que ama e cuida da sua mãe, que estava na sua casa, de noite, quando teve o seu sossego interrompido, e, teve que se defender. É óbvio que ninguém quer passar por isso, ninguém quer ferir seu semelhante, mas quando não há alternativa, a Lei assegura o direito de defesa.”
O processo agora vai para a fase de alegações finais, após, a Juíza da Vara Criminal dará sua sentença.