A SES-MS (Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul) notificou o segundo caso suspeito de mucormicose, conhecido popularmente como “fungo negro”, em Corumbá, cidade no oeste do Estado. O paciente é um homem de 50 anos.
Segundo boletim do Cievs/MS (Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde), o homem apresentou sintomas de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) em 22 de maio, e testou positivo para Covid-19 no dia 27.
Obeso e hipertenso, ele recebeu as duas doses da vacina contra o novo coronavírus em 20 de janeiro e 5 de fevereiro. Na quarta-feira (2), ele apresentou sinais da mucormicose.
Intubado na UTI de um hospital local, o homem apresentou necrose ocular bilateral.
Primeira notificação
O primeiro caso suspeito foi relatado na última segunda-feira (31), quando o Cievs recebeu a informação da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) de Campo Grande. O paciente era um idoso de 71 anos.
O idoso apresentou os primeiros sintomas da Covid-19 em 9 de maio, mas apenas no dia 18 daquele mês teve diagnóstico positivo para a doença, sendo internado em sequência. No dia 28 de maio, já hospitalizado no Hospital Adventista do Pênfigo, começou a apresentar sintomas do fungo negro no olho esquerdo, tais como hemorragia, lesão e inchaço.
Ele “apresentou suspeita de mucormicose no olho esquerdo com equimose palpebral intensa e lesão necrótica superior poupando a borda, apresentando quemose conjuntival sanguinolenta e úlcera corneana”. Sobre a evolução clínica do paciente, o boletim informou, naquela ocasião, que ele está “instável hemodinamicamente, sem condições para transferência para instituição de maior complexidade”.
Ontem, quarta-feira (2), o paciente faleceu na Capital. O paciente chegou a ter vaga regulada para um outro hospital, mas devido ao estado de saúde, não pôde ser transferido, vindo a óbito antes de apresentar uma melhora.
O que é
Desde o início de maio, médicos na Índia começaram a registrar aumento de casos de mucormicose, que é uma infecção rara, conhecida como fungo preto. Os infectados eram pacientes com coronavírus ou que tinham se recuperado da covid recentemente. Segundo especialistas, isso acontece porque o sistema imunológico foi enfraquecido pelo vírus, ou seja, o paciente tem imunidade baixa.
A SES destaca que a “mucormicose geralmente ocorre em pessoas que têm comorbidades ou utilizam medicamentos que diminuem a capacidade do corpo de combater algumas doenças”. O avanço da doença pode causar sintomas que se iniciam com dor orbital unilateral ou facial súbita, podendo conter obstrução nasal e secreção nasal necrótica.
“Há a possibilidade de ocorrer lesão lítica escura na mucosa nasal ou dorso do nariz, celulite orbitária e facial, febre, ptose palpebral, amaurose, oftalmoplegia, anestesia de córnea, evoluindo em coma e óbito”, informa o comunicado. Quando avançada a doença, o tratamento envolve remover cirurgicamente todos os tecidos mortos e infectados.
“Em alguns pacientes, isso pode resultar em perda da mandíbula superior ou às vezes até mesmo do olho”. Para cura são necessárias de quatro a seis semanas de terapia antifúngica intravenosa. Por afetar várias partes do corpo, “o tratamento requer uma equipe de microbiologistas, especialistas em medicina interna, neurologistas intensivistas, oftalmologistas, dentistas, cirurgiões e outros”.