Dia após dia Mato Grosso do Sul bate recorde de mortes causadas pelo coronavírus e ocupação de leitos. Nesta quarta-feira (17) não foi diferente, o Estado registrou 42 mortes em 24h causadas pela doença. Leitos de MS foram ampliados e com os óbitos, vagas deveriam ser liberadas. No entanto, a situação é crítica e o Estado atingiu superlotação de 102,71% nas UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) para Covid-19.
De acordo com o Painel Mais Saúde, são 479 leitos de UTI para Srag (Síndrome Respiratória Aguda Grave) e Covid-19 em MS. Porém, 491 pacientes em estado grave da doença são atendidos pelas unidades hospitalares. Assim, são 12 pacientes sendo tratados, além da capacidade do Estado.
Os dados utilizados são de monitoramento do painel até às 18h40 desta quarta-feira (17). Até às 17h40, eram 474 leitos de UTI com pacientes. Ou seja, em 1h foram 17 novas internações no Estado. Nos leitos clínicos, a lotação é de 65,84%. São 1.086 unidades existentes e 715 vagas sendo utilizadas.
Há seis dias, MS tinha apenas duas vagas de UTI para pacientes Covid-19. Então, os leitos foram ampliados e na última segunda-feira (15), eram 35 disponíveis para novas internações. Muito mais rápido do que a abertura de leitos é a infecção e agravamento do quadro do coronavírus.
Então, nesta quarta-feira (17), o Estado bateu o recorde de mortes em 24h e número de pacientes em estado grave da Covid-19. São 921 pessoas hospitalizadas por causa do coronavírus em todo o MS.
Mortes liberam leitos
Com o cenário crítico, o secretário Geraldo Resende ressaltou que as vagas que surgem em leitos de UTI são em decorrência da morte dos pacientes que estavam internados. Resende explica que a situação da pandemia não depende da quantidade de leitos abertos.
Assim que os leitos são habilitados, são ocupados logo em seguida. Então, a desocupação dos leitos só tem acontecido quando o paciente morre.
“Os leitos que estão vagando, infelizmente, temos que ser muitos claros: são os leitos dos óbitos. Quando morrem 42 sul-mato-grossenses, vagam 42 leitos em UTIs. Vivemos essa realidade”, disse o titular da SES. No entanto, em relação ao aumento de internações e alta ocupação nos leitos, podemos ver que mais pessoas agravam casos em MS do que vagas são liberadas.
Então, o secretário destacou que a situação é tão crítica que, 21 pacientes intubados recebendo tratamento improvisado na ala vermelha do HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul). O hospital, que é referência no tratamento do coronavírus, já chegou ao limite máximo de ocupação. Assim, muitos pacientes ficam em locais improvisados, desde os pronto-socorros até as salas de cirurgia.
Hospitais privados também estão ficando lotados e logo não poderão atender as novas internações em MS. “Estamos prestes ao colapso total na área de saúde pública. Estamos vivendo a pior tragédia sanitária e hospitalar da história do Brasil, que tem repercussão em Mato Grosso do Sul”, disse Resende.