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Por que damos soluços — e será que um susto realmente pode ajudar?

Por Redação

Em 29 de abril de 2025

Eles surgem de repente, são involuntários e, na maioria das vezes, desaparecem sem aviso. Os soluços, embora comuns e geralmente inofensivos, ainda despertam curiosidade e inspiram todo tipo de “cura” caseira. Entre elas, está o clássico: “Quer que eu te dê um susto?”. Mas será que essa tática funciona mesmo?

Para entender o que está por trás desse espasmo tão familiar, é preciso olhar para o funcionamento do nosso corpo. “O soluço ocorre quando o diafragma — o músculo que separa o tórax do abdômen e que é fundamental para a respiração — sofre uma contração súbita e involuntária. Isso faz com que as cordas vocais se fechem abruptamente, gerando o som característico”, explica a médica de família Deolinda Chaves Beça, em entrevista ao portal Lifestyle ao Minuto.

Essa contração pode ser desencadeada por diversos fatores: refeições rápidas, bebidas gaseificadas, mudanças bruscas de temperatura no estômago ou até mesmo estados de ansiedade.

Mas e quanto ao susto? Apesar de parecer uma tática cômica, há uma explicação fisiológica por trás dela. “O susto provoca um estímulo súbito no sistema nervoso autônomo, especialmente nos nervos vago e frênico, que estão diretamente ligados ao reflexo do soluço. Esse estímulo pode funcionar como um ‘reinício’ desse circuito, interrompendo os espasmos”, afirma a médica. Ainda assim, ela ressalta: não há evidências científicas robustas que comprovem a eficácia do método — se funcionar, provavelmente será mais por distração do cérebro do que por ciência.

Outros métodos populares, como prender a respiração, beber água gelada lentamente ou engolir uma colher de açúcar, também atuam nesses mesmos nervos e podem trazer alívio momentâneo.

Na maioria dos casos, os soluços desaparecem sozinhos em poucos minutos. Porém, quando persistem por mais de 48 horas ou se tornam frequentes, é fundamental procurar avaliação médica. “Nesses casos, eles podem ser sintomas de condições mais graves, como lesões neurológicas, doenças metabólicas ou efeitos colaterais de medicamentos”, alerta a especialista.

Ou seja, o susto pode até ajudar — mas, quando o soluço insiste, é o médico quem deve entrar em cena.

Fonte: NM/ML

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