Um levantamento, produzido pela empresa de gestão de recursos humanos Mindsight, revelou que mulheres sofrem três vezes mais assédio sexual do que homens em ambiente de trabalho, mas 97% das vítimas sequer denunciam o abuso.
Foram ouvidas mais de 11 mil pessoas em todo o país, sendo 47,8% homens, 51,5% mulheres e 0,7% não se identificam com nenhum dos gêneros.
A pesquisa revela ainda que 34% dos entrevistados assumem já ter sofrido assédio moral. Em um recorte de gênero, 38% das mulheres já foram vítimas de abuso moral, mas apenas 6,6% registraram algum tipo de denúncia. Dos homens, 30% relataram ter sido vítimas desse tipo de crime, mas só 6,4% denunciaram.
De acordo com o levantamento, o principal motivo para as vítimas não denunciarem os abusos é o medo de sofrer alguma retaliação, ou até ser demitido. Para os pesquisadores, esse baixo número de denúncia pode ser atribuído ao fato de mais de 65% das empresas não possuírem um local seguro para o funcionário registrar esse tipo de reclamação.
O CEO da Mindsight, Thaylan Toth, explica que o setor de recursos humanos das empresas deve sempre ficar atento ao comportamento dos funcionários, e manter o ambiente aberto para discussões sobre assédio.
“A empresa deve analisar os indicativos quanto à saúde mental e bem-estar psicológico de todos os funcionários, para que todos se sintam seguros para denunciar esses tipos de abusos. Apesar de ainda carregar um certo estigma por parte de algumas empresas, é essencial discutir essas questões para garantir um ambiente de trabalho que seja acolhedor, empático e que realmente valorize seus funcionários.”, afirma.
O perfil dos autores dos abusos também foi traçado pela empresa. De acordo com as pessoas ouvidas, 76% foram assediadas sexualmente por homens, enquanto 24% por autoras mulheres. Já no assédio moral, 62% são homens e 38% mulheres.