Entre 2019 e 2023, aproximadamente 85 mil brasileiros foram submetidos à cirurgia para tratar o glaucoma, conforme dados do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO). No último ano, foram realizadas 20.248 cirurgias desse tipo, o que representa uma média de 55 operações diárias. Os estados que mais registraram esses procedimentos foram São Paulo (18.545), Pará (15.230), Pernambuco (8.847), Rio de Janeiro (8.809) e Minas Gerais (8.657).
Na segunda-feira passada (20), o cantor Marrone foi submetido a um procedimento de emergência devido ao estágio avançado da doença nos dois olhos.
Segundo o CBO, a maioria dos pacientes com diagnóstico de glaucoma consegue estabilizar a condição utilizando colírios medicamentosos. No entanto, em alguns casos, a cirurgia torna-se necessária para controlar essa enfermidade, que é uma das principais causas de cegueira irreversível em todo o mundo.
O conselho ressalta a disponibilidade de diferentes métodos de diagnóstico e tratamento, inclusive pelo Sistema Único de Saúde (SUS), contribuindo significativamente para a redução dos casos graves e perda de visão irreversível. A cobertura da cirurgia é obrigatória pelos planos de saúde.
É enfatizado pela entidade que o conhecimento sobre o glaucoma é crucial, pois a doença muitas vezes não apresenta sintomas evidentes até que danos significativos ocorram no nervo óptico, resultando em perda permanente de visão. Portanto, o diagnóstico precoce através de consultas regulares com oftalmologistas é fundamental.
“A detecção precoce, acompanhamento médico, monitoramento da pressão intraocular, realização de exames como campimetria e tomografia, e o uso de medicamentos adequados, além de tratamentos a laser ou cirúrgicos, são essenciais para preservar a visão a longo prazo”, enfatizou o conselho.
Entre os fatores de risco, destaca-se o aumento da pressão intraocular como o principal, embora antecedentes familiares, alta miopia e hipermetropia também aumentem as chances de desenvolver a doença. O tratamento visa estabilizar o quadro, mas não reverte a perda visual.
Estimativas indicam que aproximadamente 1,5% da população pode ter glaucoma, com a prevalência aumentando após os 40 anos (2%) e ultrapassando os 6% após os 70 anos. Estudos revelam uma maior incidência entre pretos e pardos (3,8%) em comparação com brancos (2,1%).
Fonte: Correio do Estado