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Bed Rotting: entenda o que é e quais são os limites saudáveis da prática

Por Redação

Em 17 de outubro de 2025

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Quando o tempo deitado ocupa grande parte do dia e fica muito focado no uso de telas, há riscos para a saúde física e mental • Justin Paget/GettyImages

Você sabe o que é bed rotting? O termo, que tem tradução de “apodrecer na cama”, ganhou espaço nas redes sociais e se tornou uma trend entre jovens que compartilham vídeos e relatos sobre como passar longos períodos deitados sem fazer nada pode ser considerado produtivo.

A prática pode incluir desde assistir séries, ficar mexendo no celular, comer ou simplesmente permanecer deitado sem fazer nada. A geração Z, nascidos entre 1995 e 2010, defende a estratégia como um momento de autocuidado que ajuda a aliviar o estresse e a “recarregar as baterias”, mas não há nenhuma comprovação científica sobre os benefícios dessa prática.

Embora, em um primeiro momento, possa parecer apenas uma forma de descanso, especialistas alertam que a linha entre autocuidado e comportamento prejudicial à saúde pode ser tênue.

Quando o descanso vira sinal de alerta

Reservar momentos para ficar na cama sem obrigações pode ser positivo, já que o corpo e a mente precisam de pausas para se recuperar do ritmo acelerado do dia a dia. O problema aparece quando esse hábito se transforma em rotina, dificultando tarefas básicas e interferindo na vida social, no trabalho ou nos estudos.

“Pausas curtas de autocuidado são essenciais para uma vida saudável, mas são de fato benéficas quando são experiências mais conscientes e afastadas das telas. Ficar em silêncio por alguns minutos prestando atenção na respiração, contemplar uma paisagem, escutar uma música, expor-se à luz natural ou realizar uma caminhada são exemplos de atividades mais interessantes para revigorar-se do que apodrecer na cama”, analisa Bárbara Conway, psicóloga e coordenadora do Núcleo de Psicologia do Sono da Academia Brasileira do Sono (ABS).

Já quando o tempo deitado ocupa grande parte do dia e fica muito focado no uso de telas, há riscos para a saúde física, incluindo dores musculares, alterações no sono e até impacto no metabolismo. No aspecto psicológico, o excesso pode reforçar sentimentos de apatia e desmotivação, criando um ciclo difícil de quebrar.

“É importante acender o alerta quando há falta de interesse em outras atividades que antes eram prazerosas para ficar deitado na cama. Nesses casos, é frequente que o bed rotting venha acompanhado de queixas de cansaço constante, baixa energia, tristeza, alterações no sono e no apetite”, detalha Conway.

Não há uma quantidade de horas exata aceitável passar na cama sem comprometer a saúde física e psicológica. Deitar-se por alguns minutos durante o dia para descansar o corpo, sem realizar outra atividade de forma simultânea como usar o celular, na maioria das vezes não é prejudicial, justamente por não ser um tempo longo. Mas ter o hábito de passar horas na cama realizando outra atividade ou procrastinando as tarefas do dia não é saudável.

A orientação segundo a psicóloga, é observar a frequência e os efeitos desse comportamento. Se ficar na cama traz sensação de alívio e renovação, pode ser entendido como autocuidado.

No entanto, se a prática gera culpa, isolamento ou dificuldade de retomar as atividades, é um sinal de que pode haver algo mais profundo a ser investigado com ajuda profissional.

“É importante lembrarmos que por vezes o melhor descanso para se sentir revigorado não é deitar. Pode ser fazer uma refeição com atenção, levantar-se para alongar, uma boa conversa, sair para caminhar no bairro ou apenas desconectar-se das telas. Tudo isso também é descanso. Desta forma, a tentativa de descanso não se torna uma fuga ou procrastinação, mas sim pequenos respiros que ajudam o cérebro a se reorganizar, constituindo um hábito de autocuidado essencial para uma rotina saudável e produtiva”, finaliza Conway.

CNN/ML

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