Já se perguntou o quão grave poderá ser o hábito de dormir mal e por pouco tempo? Segundo a Organização Mundial da Saúde e a Federação Mundial para a Saúde Mental, bastante. A privação de sono aumenta a probabilidade de contrair sérios problemas de saúde psicológicos.
Quando dormimos, os nossos cérebros processam as informações do dia, ativando e estimulando o nosso sistema imunológico e produzindo hormônios de crescimento essenciais para assegurar que os nossos corpos estejam descansados e recuperados.
Não dormir o suficiente pode agravar os problemas de saúde mental, como depressão e ansiedade, tornando cada vez mais difícil lidar com situações stressantes e problemas da vida quotidiana. “À noite reativamos experiências emocionais, integramo-las em estruturas de memória já existentes e, assim, processamo-las de forma eficaz. Isso é extremamente importante após experiências traumáticas para prevenir sequelas de trauma, mas também para as nossas experiências quotidianas e humores”, refere Verena Senn, neurocientista e especialista em sono da Emma – The Sleep Company, citada em comunicado.
“As pessoas que dormem o suficiente são emocionalmente mais equilibradas, têm melhor humor, são mais calmas e mostram mais motivação e compromisso, pois têm uma melhor capacidade de regular e avaliar as suas emoções”, aponta a especialista, destacando que “o sono é a espinha dorsal da resiliência psicológica.”
Com base em resultados de estudos recentes feitos pela Emma – The Sleep Company, que incluiu um total de dois mil entrevistados do sexo masculino e feminino na faixa etária dos 18 aos 64 anos da Alemanha, Reino Unido, França e Holanda, o sono é visto como uma prioridade e a atividade que mais contribui para o seu bem-estar, juntamente com a prática de desporto, alimentação saudável e socialização.
Mas não é tudo. Sonhar também contribui para uma melhor saúde emocional, como explica Verena Senn. “Sonhar é importante para processar emoções que teve durante o dia e contribui para a consolidação de memórias com grande carga emocional como um mecanismo de resolução de problemas que simula o mundo real quando dormimos.”
“É importante obtermos a quantidade certa de sono bom para sermos capazes de ter uma boa experiência de sonho que começa quando entramos no sono leve para o sono profundo, até atingirmos o estágio crucial do sono REM [ocorre quando o corpo está paralisado, mas o cérebro está altamente ativo], quando os nossos cérebros se tornam mais ativos no processamento de experiências emocionais não resolvidas da vida desperta que contribuem fortemente para a consolidação da memória emocional”, reforça.