As tempestades que vêm causando uma sequência de tragédias no Brasil desde o final do ano passado têm em comum um mesmo fenômeno.
Assim como a água corre em terra, também há fluxos massivos de água nos céus.
Na América do Sul, um desses enormes corredores de umidade atmosférica vai da região amazônica até o centro-sul do país.
Esse “rio voador” carrega parte da água que evapora no norte para outras partes do território nacional.
“É uma região muito úmida e tropical, onde tem um aquecimento constante. A Floresta Amazônica por si só já despeja uma quantidade enorme de água na atmosfera pela evaporação”, explica Estael Sias, da Metsul Meteorologia.
“O relevo da América do Sul, a cordilheira dos Andes, não deixa essa umidade escapar do continente, obrigando esse rio voador a descer.”
Se esse corredor de umidade se encontra com uma frente fria vinda do sul, as nuvens carregadas tendem a ficar concentradas por alguns dias em uma determinada região.
Um fenômeno potencializa o outro, formando um terceiro – a chamada zona de convergência do Atlântico Sul, que é recorrente durante o verão nesta região do planeta e provoca fortes chuvas.