O relator da medida provisória que cria o Auxílio Brasil, deputado Marcelo Aro, cobrou uma definição do governo Bolsonaro sobre o novo valor do programa social e afirmou que já pode apresentar seu relatório. Em meio a uma disputa entre as alas econômica e política do governo, a Câmara precisa enviar o texto aprovado ao Senado em apenas duas semanas, para evitar que a proposta perca a validade.
O principal motivo da discordância na gestão Bolsonaro é o respeito ao teto de gastos. Jair Bolsonaro pretende aumentar o valor do benefício social de R$ 189 para R$ 400. Essas alterações aconteceriam em 2022, ano em que Bolsonaro tentará se reeleger. Nesse modelo, o país gastaria R$ 30 bilhões fora da regra fiscal. O time de Paulo Guedes, ministro da Economia, é contra desrespeitar a Lei de Responsabilidade Fiscal.
“O relatório está praticamente pronto. Se o Arthur Lira pedir, eu entrego o texto no dia seguinte. Falta o governo me dar uma resposta, com uma noção clara dos gastos. A equipe econômica sumiu, não me disse mais nada nos últimos dias. O governo vai ficar sem programa social no ano que vem?”, disse Aro.
A Câmara precisa aprovar a medida provisória até o próximo dia 7, quando o texto precisa ser enviado ao Senado, que terá um mês para analisar o texto.
O novo programa social que substituiria o Bolsa Família seria lançado nesta terça-feira (19/10) no Planalto, mas a cerimônia foi cancelada apenas meia hora antes. Pesou para o recuo do governo a forte reação do mercado financeiro ao aceno a gastos bilionários fora do teto de gastos.