Pelo segundo ano consecutivo, a Prefeitura do Rio de Janeiro optou por cancelar o Carnaval de rua por causa da pandemia da Covid-19. A decisão foi tomada na tarde desta terça-feira (4/1), em reunião do prefeito Eduardo Paes (PSD) com lideranças de ligas de blocos de rua.
“Não haverá Carnaval de rua nos moldes do passado”, disse Paes, em live no início da noite desta terça.
O evento aconteceria entre o final de fevereiro e o começo de março. Paes já havia admitido que o desfile dos blocos de rua poderiam ser cancelados caso não houvesse condições epidemiológicas favoráveis.
“O Carnaval de rua, pela sua própria natureza e pelo aspecto democrático que tem, gera a impossibilidade de se exercer qualquer tipo de fiscalização. Daniel [Soranz, secretário de Saúde] já vinha me alertando que, tendo em vista os dados epidemiológicos que a gente tem e vai ter, dificilmente seria possível realizar o Carnaval de rua.”
O Carnaval na Sapucaí, no entanto, está mantido. De acordo com o prefeito, os protocolos ainda serão definidos. “Estádio do samba [Sapucaí] permite controles. Na rua é mais difícil”, disse no Twitter em dezembro.
Ainda na live, ele afirmou que propôs três pontos para manter a cadeia produtiva dos blocos e permitir que a população desfrutasse do Carnaval de graça. “Sugeri Parque Olímpico, Parque Madureira e algum outro local, para dividir o público. Mas a proposta não foi bem aceita pelos blocos, pois há uma relação dos blocos com seus territórios, e entendo isso.”
Segundo ele, seria necessário algo factível, “que dê para controlar e pedir comprovante de vacina”, o que não ocorreu.
Cancelamento
Na segunda-feira (3/1), o prefeito já havia admitido ao colunista do Metrópoles Igor Gadelha que dificilmente haveria Carnaval de rua. No entanto, a expectativa era de que a decisão de cancelamento não fosse tomada nesta terça-feira (4/1).
À coluna, Paes afirmou que “até semana que vem” bateria o martelo sobre liberar ou não o desfile de blocos pelas ruas da cidade. Na manhã desta terça, Soranz disse à reportagem do Metrópoles que a prefeitura só teria um veredito após monitoramento dos dados epidemiológicos da pandemia no município.
Segundo ele, o prefeito ia esperar para ver se o número de casos de Covid continuaria crescendo, assim como o aumento das internações e casos graves de coronavírus. Isso seria determinante para o cancelamento da festa.
“O carnaval é uma festa muito importante para a cidade, mas o panorama de número de casos vem aumentando. Esse aumento certamente muda o cenário epidemiológico e deixa cada vez mais difícil que tenhamos carnaval como antes”, disse o secretário na manhã desta terça.