A Polícia Civil prendeu na madrugada desta terça-feira (11) a mãe de Gael de Freitas Nunes, de 3 anos, que morreu no apartamento da família na Bela Vista, no Centro de São Paulo.
A mulher prestou depoimento em uma delegacia do Cambuci por volta da meia-noite e às 5h30 foi levada para o 89ºDP, no Portal do Morumbi, que tem uma carceragem feminina. O teor do depoimento não foi divulgado pela polícia.
Segundo a polícia tinha informado anteriormente, as investigações apontavam que a mulher teria agredido o próprio filho até a morte, nesta segunda-feira (10). O menino foi levado à Santa Casa de São Paulo, mas não resistiu aos ferimentos.
De acordo com informações do Boletim de Ocorrência (BO), o menino foi encontrado desacordado na cozinha pela tia-avó; a mãe estava com ele. A criança morava com a mãe, com a tia-avó e a irmã de 13 anos.
A Polícia Militar, que foi acionada pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), informou que a mãe teria passado por um surto psicótico. Ela foi encaminhada até o Hospital do Mandaqui, na Zona Norte, para ser medicada.
Depoimento da tia-avó à polícia
No boletim de ocorrência, a tia-avó informou que deu mamadeira para a criança por volta das 7h e as duas ficaram na sala assistindo à televisão. Após alguns minutos, o garoto foi até a cozinha. A tia-avó disse que começou a ouvir choros, mas achou que ele estava apenas pedindo colo para a mãe.
Cerca de cinco minutos depois, começou a ouvir barulhos fortes de batidas na parede e acreditou que viriam de outro apartamento. Após dez minutos, ela passou a ouvir o barulho de vidro quebrando na cozinha e, quando chegou ao cômodo, a criança estava deitada no chão com vômito e coberta por uma toalha de mesa.
A testemunha conta que perguntou à mãe o que teria acontecido, mas ela não respondeu. A tia-avó pediu ajuda da irmã do menino, que ligou para o Samu. Após a chegada dos socorristas, a criança foi levada até o hospital, onde foi confirmada a morte.
Ainda segundo a tia-avó, a mãe do garoto já foi internada outras vezes. A tia não soube dizer, no entanto, se as internações foram por motivos psiquiátricos.
Mãe não respondia a perguntas de médico
O médico do Samu que fez o atendimento da criança no local, Washington Canedo, contou que tentou falar com a mãe de Gael para saber o que tinha acontecido, mas ela também não respondeu.
“A mãe, o tempo inteiro, encontrava-se na cozinha. Nossa equipe tentou diversas vezes coletar informação, mas acho que devido ao trauma, ao choque, à situação toda, ela não estava responsiva. Quem nos dava informação era somente a avó e a irmã menor de idade”, afirmou na noite de segunda-feira.
Em nota, a Santa Casa de São Paulo informou que a criança chegou ao hospital “em processo de reanimação pela equipe do SAMU e permaneceu em reanimação pela equipe médica do hospital, sendo constatado óbito na sequência”.
A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo disse que a mãe foi encontrada em estado de choque e levada para um hospital psiquiátrico após o menino ser socorrido.