O compromisso, assinado por Brasil, Austrália, China, Colômbia, Costa Rica, Equador, Estados Unidos Indonésia, Guatemala, Honduras, Noruega, Peru, Reino Unido, Rússia, Turquia, União Europeia e Uruguai, entre outros, é acompanhado de financiamento na década atual para frear a regressão das massas florestais.
O Brasil já havia prometido acabar com o desmatamento ilegal no país até 2030 no início deste ano, em uma conferência do clima organizada pelos Estados Unidos. Até o momento, porém, os índices na Floresta Amazônica ainda permanecem altos: entre agosto de 2020 e 31 de julho deste ano, os alertas de desmatamento somaram 8,7 mil quilômetros quadrados na região. Foi o segundo pior índice de desmatamento dos últimos cinco anos.
Investimento
Os países que se comprometeram com a meta na COP adquiriram a obrigação de desembolsar 12 bilhões de dólares em investimentos públicos, aos quais serão adicionados 7,2 bilhões de dólares em investimentos privados até 2030.
Este valor de investimento privado inclui 3 bilhões de dólares comprometidos através da iniciativa Innovative Finance for the Amazon, Cerrado and Chaco (IFACC) para acelerar a produção de soja e gado sem desmatamento na América Latina. Esse valor se soma a 1,1 bilhão de dólares levantados pela Natural Capital Investment Partnership para aumentar o investimento em soluções baseadas na natureza e na bioeconomia, de acordo com o anúncio.
Os países signatários têm uma área combinada de 33,6 milhões de quilômetros quadrados de florestas, que são “os pulmões do planeta”, mas estão desaparecendo ao ritmo de 27 campos de futebol por minuto, disse o governo britânico em um comunicado. Além disso, os dirigentes de 30 grandes instituições financeiras, incluindo Schroders, Axa, East Capital Group e NEI Investment, também se comprometeram a “eliminar o investimento em atividades ligadas ao desmatamento”.
“Nunca antes tantos líderes, de todas as regiões, representando todos os tipos de florestas, uniram forças desta forma, e a Colômbia está empenhada em fazer sua parte. Vamos consagrar em lei um compromisso de desmatamento líquido zero até 2030”, disse o presidente da Colômbia, Iván Duque, de acordo com uma prévia de seu discurso antecipada pelo governo britânico.
O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, de acordo com o discurso distribuído por Downing Street, descreveu o acordo para proteger essas “catedrais da natureza” como “histórico”. “As florestas apoiam as comunidades, a subsistência e o fornecimento de alimentos, e absorvem o carbono que bombeamos para a atmosfera. Eles são essenciais para nossa própria sobrevivência”, afirmou.