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Juros: taxas ficam em viés de alta com dólar e correção em meio a ruído político

Por Redação

Em 30 de junho de 2021

As taxas dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) abriram esta quarta-feira com viés de baixa, dando continuidade ao movimento da sessão regular de ontem, mas logo inverteram sinal e passaram a exibir viés de alta. Flávio Serrano, da gestora de fundos Greenbay, entende que a alta das taxas é uma pequena correção à queda observada nos últimos dias num contexto de ruído político, envolvendo negociação para compra irregular de vacinas contra a covid-19. “O comportamento do dólar acaba ajudando um pouco também”, diz Serrano. As máximas das taxas dos DIs coincidiram com a alta mais forte do dólar no mercado à vista, onde a moeda superou os R$ 4,96.

De Brasília, o destaque é a notícia da demissão do diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, acusado de pressionar servidores para acelerar a importação da vacina indiana Covaxin. O diretor foi indicado para o cargo pelo líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (Progressistas-PR), e pelo ex-deputado Abelardo Lupion (DEM-PR). Barros nega ter apadrinhado o diretor.

Simultaneamente à abertura do mercado futuro, o IBGE divulgou a taxa de desemprego no trimestre encerrado em abril. O indicador veio em linha com a mediana das projeções que indicava 14,7% de desocupação no país. Em igual período de 2020, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua estava em 12,6%. O nível de ocupação fica em 48,5% no trimestre até abril e o desalento cresceu 18,7% em um ano, mais 941 mil pessoas. Serrano entende que o dado não chega a fazer preço no mercado nesta abertura de sessão.

Mais cedo foi divulgado que o setor privado dos Estados Unidos criou 692 mil empregos em junho, segundo pesquisa com ajustes sazonais divulgada hoje pela ADP. O número veio acima da expectativa de analistas consultados pelo Wall Street Journal, que previam criação de 550 mil postos de trabalho no mês.

Também há poucos minutos, o BC divulgou que o setor público consolidado teve déficit primário de R$ 15,541 bilhões em maio. O valor veio menor que a mediana das estimativas do mercado financeiro, calculada pelo Estadão/Broadcast mas dentro do intervalo (-R$ 27 bilhões a -R$ 11,125 bilhões).

A agenda do dia segue cheia aqui e no exterior. O presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto, vai participar de eventos públicos: um sobre moedas digitais, às 10h, e outro sobre inovações financeiras, às 17h30. Da agenda externa, os destaques são o índice de atividade industrial do mesmo mês (10h45) e os discursos de dois dirigentes do Federal Reserve: Raphael Bostic (Atlanta, vota) às 9h e Thomas Barkin (Richmond, vota) às 14h.

O DI para janeiro de 2022 abriu a 5,590% e marcou máxima a 5,625% ante 5,616% no ajuste anterior. DI para janeiro de 2023 abriu a 6,925% e registrou máxima a 6,99% ante 6,97% no ajuste anterior. DI para janeiro de 2025 abriu a 7,94% e bateu máxima a 8,02% ante 7,95% no ajuste anterior. DI para janeiro de 2027 abriu a 8,41% e teve máxima a 8,47% ante 8,42% no ajuste anterior.

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