Mato Grosso do Sul criou uma força-tarefa na fronteira de Ponta Porã com Pedro Juan Caballero, no Paraguai, para colaborar com as investigações sobre o atentato contra o prefeito da cidade paraguaia, José Carlos Acevedo.
Segundo o secretário de Justiça e Segurança Pública do Estado, Antonio Carlos Videira, equipes da inteligência estão trabalhando junto às forças do país vizinho.
Além disso, houve aumento do efetivo do Departamento de Operações de Fronteira (DOF), conforme noticiado na edição de ontem do Correio do Estado, assim como o envio de equipes do Choque, Batalhão de Operações Especiais (Bope) e Polícia Militar Rodoviária (PMR).
“Eu estava em Brasília, falei com o ministro sobre o episódio e ele autorizou a Polícia Rodoviária Federal em toda a região a ampliar a situação, empregando todo o efetivo necessário. Nós disponibilizamos já na hora todas as equipes do Bope e do Choque, do DOF e da Rodoviária Estadual que estavam na área para mais próximo, para Ponta Porã, e temos hoje equipes da inteligência atuando junto às autoridades do Paraguai para reprimir este e outros crimes que aconteceram nessa modalidade”, declarou Videira.
A secretaria não informou o número do efetivo destacado para se deslocar para a fronteira, entretanto, o titular da Sejusp destacou que uma parte do efetivo da polícia sul-mato-grossense já atua na região por causa dos altos índices de crimes violentos.
“Nós já temos equipes permanentemente, principalmente de inteligência, nessas cidades gêmeas, como é Ponta Porã e Pedro Juan, Coronel Sapucaia e Capitan Bado, Paranhos e Ypejhú, Pindoty Porã e Sete Quedas, e Salto Del Guará e Mundo Novo. Nós já temos uma integração muito boa com a polícia nacional, pessoal da Senad [Secretaria Nacional Antidrogas] e não é diferente em Pedro Juan. Então nós estamos já atuando, e agora de forma intensificada, em face desse evento trágico com o prefeito”, completou.
ATENTADO
José Carlos Acevedo foi baleado com sete tiros em frente da prefeitura de Pedro Juan Caballero. O crime ocorreu por volta das 16h30min de terça-feira (17).
Câmeras de segurança da região registraram o momento que um carro chega próximo ao paço municipal e pessoas armadas descem já disparando. O carro usado no crime foi abandonado a alguns quilômetros do crime e incendiado.
O político foi atingido por disparos em várias regiões do corpo, as mais graves eram as do pescoço e na mandíbula.
Acevedo foi mantido em coma induzido até ontem, quando os médicos retiraram a sedação para avaliar as funções cerebrais do paciente. Na quarta-feira, a equipe médico havia informado que apenas um milagre seria capaz de salvar o prefeito.
PRISÕES
A Polícia Nacional do Paraguai cumpriu mandados de busca e apreensão durante as investigações sobre o atentado contra José Carlos Acevedo.
De acordo com o jornal paraguaio Diario Hoy, a polícia realizou buscas na casa de Vilma Macchi, que foi detida. Ela é mãe de Gregorio Papo Morales, famoso criminoso do país, condenado por homicídio.
No momento em que a polícia chegou ao local, os guarda-costas de Vilma estavam com a arma que teria sido usada no crime contra o prefeito.
A polícia ainda prendeu Mirta López, que seria a dona da arma usada no crime. Ainda será investigado como a arma chegou na mão dos criminosos, uma vez que o objeto foi apreendido pelo Ministério Público após a morte de Rolando Javier Lazcano, conhecido como “Gordo”, seu proprietário original, assassinado em 2017.
Em outro bairro foram apreendidos quatro pentes de metralhadora ponto 75 e outros 27 cartuchos de metralhadora 9 milímetros, que teriam sido usados no ataque. No mesmo local, foi preso um homem chamado Bruno Aníbal Lezcano, que foi transferido para a base de investigação da Polícia Nacional de Amambay.