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Com custo de até R$ 50 mil, cão-guia é realidade distante para cegos em Mato Grosso do Sul

Por Redação

Em 13 de dezembro de 2021

Foto: Divulgação

Cachorros são os melhores amigos do homem, mas em alguns casos, esses animaizinhos também têm uma missão: ajudar as pessoas com deficiência visual. Nesta segunda-feira (13), é comemorado o Dia Nacional da Pessoa com Deficiência Visual, porém, o alto custo – até R$ 50 mil – afasta usuários e Mato Grosso do Sul não tem nenhum registro dessa forma de acessibilidade.

De acordo com o Ismac (Instituto Sul-mato-grossense para Cegos), não há registros de cegos que utilizem os serviços de um cão-guia atualmente em MS. O instituto atua na saúde, educação e assistência social, contribuindo para o processo de habilitação e reabilitação de pessoas com deficiência visual, com serviços especializados e totalmente gratuitos.

Porém, será difícil encontrar algum PCD com seu cão-guia no Estado. Não só em MS, mas o serviço é de difícil acesso em todo o Brasil. Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) – de 2020 – mostram que cerca de 200 cães-guia estão em atividade no País.

A formação desses cães encontra muitas adversidades, desde a falta de recursos financeiros para treinamento e manutenção dos cachorros até a escassez de centros especializados que ofereçam a prática.

Custo

Segundo o Instituto Íris, uma das instituições especialistas em cães-guia no Brasil, o custo para preparar e doar um animal é de aproximadamente R$ 35 mil, podendo chegar aos R$ 50 mil.

É exatamente devido a esse alto valor que cão-guia ainda é um recurso pouco acessível e o tempo de espera para receber um pode chegar a 3 anos – levando em conta o tempo de treinamento dos animais -.

Como um cão se torna guia?

Conforme a Fundação Dorina, uma instituição voltada para pessoas cegas ou com baixa visão, ainda filhote, o cãozinho começa o processo de socialização com famílias voluntárias, que irão ensiná-los a conviver com outros seres humanos. Depois, o treinamento é feito por um adestrador especialista que ensinará comandos específicos, como desviar de obstáculos e esperar o momento certo para atravessar a rua.

Por fim, a própria pessoa que receberá o cão-guia passa por um treinamento com o animal para aprender a dar todas as instruções. O processo de treinamento é concluído quando o cão tem entre um ano e meio e dois anos.

O labrador e o golden retriever são as raças mais utilizadas, mas também é possível treinar pastores alemães ou borders. Normalmente são escolhidos cachorros de temperamento dócil e de médio ou grande porte, pois eles precisam ter força para guiar seus humanos.

Conquistas

Os deficientes visuais também conquistaram muito nos últimos anos – apesar de os cães-guia estarem um pouco distante da realidade deles. A tecnologia proporcionou uma independência para essas pessoas, que lutam pela acessibilidade e inclusão – que inclusive é comemorado nesta segunda-feira (13) o Dia Nacional da Deficiência Visual. O Smartphone é uma das ferramentas que evoluiu e se tornou mais inclusivo, segundo a subsecretária de de Políticas Públicas para Pessoas com Deficiência de MS, Telma de Matos.

“Os Smartphones com todas as suas propriedades e condições de trabalho, estão vindo com síntese de voz, as imagens já começam a ser descritas dentro dos aplicativos. Os computadores também têm leitores de tela cada vez mais sofisticados e as pessoas cegas ou com baixa visão procuram isso para acessar informação e para comunicação”, exemplificou ela

Atualmente a luta é principalmente para tornar as estruturas mais acessíveis coimo prédios, logradouros e calçadas. “Quando o espaço é acessível para as pessoas com deficiência, ele também é excelente para as demais pessoas”, disse ela, que é pedagoga e também é cega.

Segundo Telma, para se tornar mais acessível, os lugares, para receber pessoas com deficiência visual precisam ter audidescrição e atendimento adequado. “Nós queremos ter acesso aos demais serviços como esporte, lazer, cultura e entretenimento. Nós sempre buscamos esses espaços”, contou. Para as pessoas com alguma deficiência ou não, a luta continua e há muito par melhorar e tornar o mundo mais acessível.

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