Com mais de 5 metros de comprimento, a cobra píton albina encontrada na chácara do escultor preso por matar quatro jovens de 15 a 20 anos em uma chacina na última sexta-feira (29) em Arapiraca, no Agreste de Alagoas, é uma espécie exótica originária da Ásia. A informação é do Batalhão de Polícia Ambiental (BPA), que fez o resgate do animal.
A píton asiática é considerada uma das maiores serpentes do mundo capaz de se enroscar em uma presa até matá-la asfixiada. No caso da píton resgatada, a falta de pigmentação a torna ainda mais rara.
Por suas características, muitas vezes essa cobra é confundida com uma jiboia.
Essa espécie pode apresentar risco de desequilíbrio ecológico. Segundo o professor de Ciências Biológicas do Instituto Federal de Brasília (IFB), Marcos Vitor Dumont Junior, apesar de não ser venenosa, a píton é capaz de se reproduzir sozinha, o que pode ser um grande problema, já que não existe predador dela no Brasil.
A píton resgatada era mantida dentro do banheiro da casa do escultor preso. Além dela, uma jiboia também foi encontrada na propriedade onde aconteceu a chacina.
As duas cobras resgatadas pelo Batalhão de Polícia Ambiental (BPA) foram levadas para o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Ibama.
Investigações da chacina
Vítimas de chacina em Arapiraca (a partir da esquerda): Letícia da Silva Santos, 20 anos; Lucas da Silva Santos, 15 anos; Joselene de Souza Santos, 17 anos; Erick Juan de Lima Silva, 20 anos — Foto: Arquivo pessoal
Regivaldo da Silva Santana, conhecido como Giba, foi preso e confessou que matou os quatro jovens com a ajuda de um sobrinho. Natural de Porto da Folha (SE), ele é escultor e atirador desportivo e caçador (CAC). O escultor já produziu imagens sacras para diversos municípios alagoanos.
Outros dois homens, incluindo o sobrinho de Giba, foram presos em Sergipe, no sábado (20). Wesley Santana Sá e Adriano Santos Lima. A dupla contou que foi obrigada pelo escultor a ocultar os cadáveres das vítimas, assassinadas com tiros na cabeça. Eles negam que tenham participado da execução.
A versão de Giba é de que as vítimas foram mortas por causa de um furto que teria acontecido dentro da propriedade dele. Durante a caçada aos dois jovens, um tiro acidental teria atingido um deles. A partir daí, Giba resolveu executar o outro e as namoradas deles.
A Polícia Civil investiga se essa versão se sustenta. Os outros dois presos em Sergipe contam que estavam na propriedade e ouviram uma discussão entre Giba e os jovens antes do crime.
Fonte: g1/ML