O presidente Jair Bolsonaro confessou que sente “dor no coração” ao realizar privatizações, mas justificou a venda para retirar “socialistas” das empresas estatais. “Nós temos que acabar com o que para eles, da esquerda, sempre foi ninho de rato. São os parasitas, bernes e carrapatos”, disse a apoiadores nesta quinta-feira , 1º, na chegada do Palácio da Alvorada, residência oficial.
Entre as empresas, Bolsonaro destacou a privatização da Eletrobrás, cuja proposta de capitalização (operação pela qual a União vai deixar de ter o controle acionário) foi aprovada pelo Congresso em junho. Segundo o presidente, o processo é um passo em direção ao “livre mercado”.
A MP da Eletrobrás foi a primeira proposta de privatização aprovada pelo Congresso aprovada durante a gestão de Bolsonaro. Até o momento, o governo não conseguiu vender nenhuma estatal de controle direto da União. Pelo contrário, criou uma nova, a NAV, responsável pela navegação aérea.
Com o aval do Congresso, o governo poderá dar prosseguimento aos preparativos para emissão de novas ações da empresa, prevista para o primeiro trimestre de 2022, por meio da qual a União vai reduzir sua fatia na companhia, a maior empresa de energia da América Latina, de cerca de 60% para 45%.
Bolsonaro destacou experiências de controle estatal em outros países, como a Argentina, que proibiu a exportação de carne, como exemplos negativos da presença do Estado na economia. “Não é dessa forma que resolve as questões macro[macroeconômicas]. São experiências que tivemos no passado com os mais variados planos econômicos, que não deram certo. Tem que ser o livre mercado”, disse.