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Protesto na aduana em Corumbá pode interferir em comércio de R$ 4,3 bilhões

Por Redação

Em 5 de setembro de 2023

Mais de 25 caminhões formaram fila na aduana na noite de ontem – RODOLFO CÉSAR

A partir desta semana, o movimento comercial no maior porto seco do Centro-Oeste começa a operar em ritmo mais lento com uma operação padrão de auditores-fiscais. A medida foi tomada na segunda-feira, após o governo federal implantar corte no orçamento da Receita Federal, que passou de R$ 2,4 bilhões para R$ 700 milhões.

Essa redução orçamentária atinge diretamente o pagamento de bônus para servidores federais, bem como o custeio do setor. Com a operação padrão, a liberação de caminhões na importação e exportação pode sofrer atrasos e impactar diretamente uma movimentação comercial que neste ano, entre janeiro e julho, já movimentou mais de R$ 4,3 bilhões (US$ 878 milhões).

Mato Grosso do Sul, em Corumbá, tem uma das maiores movimentações de carga no interior do País. O comércio na região está ligado à exportação de produtos como soja, milho não moído, celulose e carne bovina para a Bolívia.

Do país vizinho são importados principalmente gás natural, fertilizantes e adubos, cobre e tecidos e tramas de matérias têxteis sintéticas.

MOVIMENTO

Como a operação padrão teve início nesta segunda-feira, o impacto direto ainda não foi sentido pelos transportadores. A reportagem esteve no Posto Esdras, onde fica a Receita Federal em Corumbá e onde ocorrem os trâmites para os caminhões atravessarem a fronteira em ambos os lados.

Durante o dia, o movimento de veículos foi menor em razão de um outro protesto que estava marcado para ocorrer, desta vez no lado boliviano. Quando há a informação desse tipo de bloqueio na Carretera Bioceânica, que liga Corumbá a Santa Cruz de la Sierra, muitos caminhões adiam a viagem.

No começo da noite de ontem, a reportagem retornou à aduana e identificou, no período de 30 minutos, que mais de 25 caminhões estavam formando fila na região para passar pelos trâmites burocráticos nas primeiras horas desta terça-feira e tentar evitar demora em filas que podem ser formadas.

Um dos motoristas, que veio de São Paulo e tem como destino Santa Cruz de la Sierra, afirmou à reportagem que esperava sofrer atrasos na região de San José, já próximo do destino final da entrega da carga.
Nessa área há protestos de comunidades locais que cobram do governo boliviano a construção de uma rodovia.

Conforme apurado com integrantes do Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal (Sindifisco), a operação padrão está mantida para esta semana até que o governo federal aceite reverter o corte orçamentário.

REUNIÃO

Durante parte da tarde de ontem, diretores do sindicato estiveram em reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para cobrar mudança de postura.

Esse encontro, que aconteceu em Brasília, indicou que Haddad “tem compromisso com o pagamento do bônus” dos auditores-fiscais, porém, sem a confirmação de que o corte no orçamento será revisto.

Em 2022, a categoria realizou o mesmo tipo de protesto, o qual durou mais de dois meses e gerou filas de mais de 500 caminhões em Corumbá, além de veículos que deixaram de fazer a viagem porque havia atraso na liberação de cargas. Os procedimentos que demoravam até 3 dias passaram a ser feitos em mais de 7 dias.

Naquela época, veículos carregados com combustível chegaram a ficar mais de 10 dias no pátio do Porto Seco, o que gerou risco de incêndio em virtude do calor na região. A operação padrão anterior começou em dezembro de 2021 e só terminou depois de março de 2022.

SAIBA

Em 2022, a categoria realizou o mesmo tipo de protesto, o qual durou mais de dois meses e gerou filas de mais de 500 caminhões em Corumbá, além de veículos que deixaram de fazer a viagem porque havia atraso na liberação de cargas.

Os procedimentos que demoravam até 3 dias passaram a ser feitos em mais de 7 dias.

Fonte: Correio do Estado

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