Ainda que o fogo tenha consumido boa parte do local, e destruído a moradia de cerca de 100 famílias que viviam na comunidade do Mandela, houve quem preferiu não arredar o pé dali, seja pelo medo de que o pouco que sobrou fosse levado, ou pelo receio de que ao deixar o espaço seu direito à terra seja também roubado, por isso o Exército acabou instalando 14 tendas para acolhimento a essa população.
Cinzas e destroços eram recolhidos na manhã desta sexta-feira (17), em meio à poeira levantada, enquanto alguns habitantes se dividiam entre os que ajeitavam as estruturas restantes e outros que se alocavam nas tendas dispostas em fila.
Com diversas famílias ocupando o Mandela, no espaço que antes compilava mais de 100 moradias acumuladas, agora as crianças brincam e se misturam no cenário de destroços, enquanto as mães, inclusive gestantes, são atendidas no mesmo local que há cerca de 24 horas era tomado pelo fogo.
Importante destacar que, dentistas, enfermeiros, três médicos, além de agentes de saúde, lotados no posto do Jardim Presidente, atuam na comunidade do Mandela em atendimento às famílias.
“A gente cuida dessa área e há pessoas que inalaram muita fumaça, com pressão alta, diabete, gestante inclusive estava passando mal e o médico está lá atendendo… a gente está trabalhando” informou a agente de saúde no local.
Para além do atendimento em saúde, equipes da Defesa Civil; militares do Exército e equipes da Prefeitura atuam junto às famílias, fornecendo essa atenção básica.
Através da Secretaria Municipal De Infraestrutura E Serviços Públicos (Sisep), o terreno está sendo limpo, tanto para que as 14 barracas fossem erguidas, quanto para melhor adequar esse espaço provisório.
“Estamos jogando um pouquinho de água para poder minimizar os efeitos desse vento e dessa poeira que tá aqui. Estamos ajustando essa questão desses materiais que ainda restaram. E vamos esparramar pedras nas entradas das barracas para caso tenha uma chuva, essa água não escorra para dentro das tendas”, afirma Eneas Netto, da Sisep.
Ele faz questão de ressaltar que esses abrigos são provisórios, e que a própria infraestrutura para a Comunidade ainda precisa ser discutida, porém, afirma que a Pasta estará à disposição do que for preciso.
“Inclusive agora o pessoal vai puxar uma extensão, de iluminação pública, para que durante a noite não fique aquela escuridão que estava aqui. Então vamos deixar tudo dentro da medida e minimizar os efeitos dessa ocorrência de incêndio”, conclui.
Fonte: Correio do Estado