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Na estimativa atual, produtor do milho safrinha perde cerca de R$ 2 mil por hectare

Por Redação

Em 5 de julho de 2023

Foto: Marcelo Victor

Com a estimativa atual do valor da saca do milho em Mato Grosso do Sul, a safrinha pode resultar em um prejuízo de mais de R$ 2 mil por hectare para o produtor.

Conforme a análise do custo de produção da safra 2022/2023 de milho, divulgado pela Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul (Aprosoja), o produtor teve um custo em despesas de lavoura no valor de R$ 5.228,07 por hectare, isso considerando o milho como único custo, sem diluição do custo na safra de soja.

No custeio da lavoura, inclui-se gastos com: operações com máquinas e implementos,
semente de milho, tratamento de semente, semente de cobertura, corretivo de solo, fertilizantes, fungicida, herbicida, inseticida, inoculantes, adjuvante. Não incluímos outros custos variáveis nesta conta.

Ainda conforme os números da Aprosoja, se contabilizar o custeio da lavoura durante a safrinha, chega-se ao valor de R$ 69,71 a saca por hectare.

Entretanto, neste mês de julho, o valor da saca do milho está sendo vendido ao preço médio R$ 40,00 no Estado, conforme divulgado pela Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul).

A conta não fecha, se o produtor vender esse produto hoje, ele perde quase R$30,00 por hectare.

O rombo nas contas fica ainda mais visível se considerarmos que a produtividade estimada de milho foi de 80 sacos por hectare. Ou seja, o produtor receberia cerca de R$3,2 mil por hectare produzido, enquanto teria um custo de R$ 5,2 mil.

O cenário tem preocupado produtores e especialistas do setor, que relatam até um certo desespero.

Conforme já adiantado pelo Correio do Estado, em coletiva de imprensa desta terça-feira (4), realizada na Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil), Mauro Osaki, pesquisador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA), da Esalq/USP, destacou o pessimismo.

O principal motivo da preocupação é causado justamente por esse alto custo de produção em comparação ao preço da saca vendida pelo produtor.

Nesse mesmo mês do ano passado, o preço da saca era de R$ 70,00, ou seja, houve uma queda de 42% no valor da saca do milho.

“Estamos vivendo um momento de desespero, imagina que você está em um avião caindo e com as máscaras de oxigênio caindo, estamos nesse cenário aí” disse o pesquisador do CEPEA durante a coletiva.

Armazenamento pode ser uma saída

Conforme pontuado pela Aprosoja, a questão do faturamento é algo muito individual de cada produtor, pois cada um comercializa no seu momento mais estratégico.

“O armazenamento é uma possibilidade até que os preços melhorem, considerando que o desenvolvimento da safra americana ainda está incerto em função de déficit hídrico e outras questões climáticas”, informou.

A Aprosoja destaca, ainda, que há chances desse preço se elevar, porém, não deve alcançar o patamar do ano passado.

“Apesar do custo elevado, a safra 23 está com preço médio ponderado pelo volume de comercialização de R$ 57,19. O valor médio está acima do preço médio disponível hoje, em vista de que parte da comercialização antecipada aconteceu com preços mais elevados lá no início da safra”, explica a Aprosoja

De qualquer forma, é o planejamento individual de cada produtor que define a rentabilidade da safra, uma vez que o custo também pode ser diluído na safra de soja.

Fonte: Correio do Estado

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