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Mesmo com atraso no plantio, setor produtivo estima supersafra de soja

Por Redação

Em 10 de novembro de 2022

Lavoura de soja no Brasil

Relatório da consultoria internacional hEDGEpoint Global Markets apontou atraso nos plantios de soja no Paraná e em Mato Grosso do Sul. Apesar disso, o setor produtivo estadual não acredita em grandes mudanças no cenário e ainda mantém a previsão de supersafra de soja no ciclo 2022/2023.

A preocupação se dá, de acordo com o relatório de consultoria, porque o início da safra passada não foi tão lento quanto o de agora. O boletim Casa Rural, elaborado pelos técnicos da Associação dos Produtores de Soja e Milho de MS (Aprosoja) e Sistema Famasul, aponta que o atraso é considerado normal no comparativo com os últimos cinco anos.

Foram semeados 3,158 milhões de hectares dos 3,842 milhões de hectares estimados para a safra 2022/2023 no Estado. A produtividade da safra atual é estimada em 53,44 sacas por hectare. A produção deve chegar a 12,318 milhões de toneladas, a segunda melhor safra da história de MS.

O presidente da Aprosoja-MS, André Dobashi, explica que as estimativas locais são baseadas nos dados obtidos pelo Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio (Siga-MS), com informações de satélites cruzadas com a monitoria de técnicos em campo que percorrem o Estado todas as semanas.

“Até o momento, as estimativas seguem as mesmas do início da safra, sendo a produtividade estimada em 53,44 sacas por hectares e a produção de 12,318 milhões de toneladas”, afirma.

A região norte está com o plantio mais avançado em Mato Grosso do Sul, com média de 87,8%, enquanto a região sul está com 83,4%, e a região central com 74,6% de média.

Dobashi frisa que a porcentagem de área plantada na safra 2022/2023 encontra-se inferior em 8,80 pontos porcentuais em relação à safra 2021/2022, para a data de 4 de novembro.

Apesar de o plantio ter sido liberado em setembro, a semeadura normalmente se estende até o fim de novembro. “Não temos problema ao se semear mais tarde, a safra de soja em Mato Grosso Sul dos últimos cinco anos tem sua concentração de plantio entre 16 de setembro e 28 de outubro, quando se concentram 70% do plantio”, detalha o boletim técnico.

Os técnicos ainda destacam no relatório que “a operação de plantio no Estado está sendo executada dentro da média dos últimos 5 anos, e a tendência é de que seja finalizada até o dia 2 de dezembro”.
As condições das lavouras permanecem boas em 100% das áreas, sem ocorrência significativa de insetos-praga.

CLIMA

Dados do relatório da hEDGEpoint Global Markets apontam que o clima novamente preocupa o segmento. Pelo terceiro ano consecutivo, o fenômeno La Niña deve permanecer ativo durante a safra da América do Sul. O fenômeno climático costuma trazer seca para o Sul do Brasil e para a Argentina, configurando-se em um aspecto negativo para a safra nessas regiões.

Certo mesmo é que nos últimos dois anos – ambos com a presença de La Niña – houve recorde de produção no Brasil em 2020/2021 e uma quebra em 2021/2022. O que o relatório diz é que, caso o frio não vá embora, será difícil o Brasil colher 150 milhões de toneladas de soja.

André Dobashi menciona que, no momento, o produtor rural do Estado aguarda por novas precipitações. “As chuvas pausaram, deixando as plantadeiras estacionadas, no aguardo de novas precipitações. A chuva possui uma pequena interferência na evolução do plantio quando comparamos com a última safra. No entanto, é corriqueiro, agora é aguardar maior umidade do solo para retomar a operação”.

O relatório técnico Casa Rural aponta que as condições climáticas futuras indicam chuvas consideráveis para todo o Estado no trimestre de novembro, dezembro e janeiro. A média de precipitação acumulada deve variar de 500 mm a 700 mm, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

A previsão indica a continuidade da La Niña no trimestre e, provavelmente, influenciará nas chuvas que devem ficar abaixo da média histórica, no extremo sul do Estado.

“Vale destacar que, mesmo que o modelo indique condições favoráveis para chuvas abaixo da média histórica, é possível em parte do Estado ocorrer excesso de chuvas, como observado nos meses anteriores”, aponta o boletim técnico.

Na safra 2021/2022, os produtores enfrentaram problemas climáticos que fizeram o resultado ser o menor dos últimos cinco ciclos. Foram retiradas do solo 8,6 milhões de toneladas da oleaginosa, ante projeção de 12,7 milhões de toneladas.

Já no ciclo anterior, 2020/2021, o Estado colheu safra recorde de 13,3 milhões de toneladas de soja.
De acordo com o consultor Vlamir Brandalizze, a chance de chegar a 12,3 milhões de toneladas da oleaginosa, estimadas para este ciclo, são altas.

“A verdade é que este ano as chuvas começaram na época ideal. Nos últimos anos, foi muito difícil fazer o plantio por conta das secas”, diz.

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Crédito: Coxim Agora.