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Mato Grosso do Sul colhe supersafra de soja, mesmo com intempéries climáticas

Por Redação

Em 3 de maio de 2023

Soja em Mato Grosso
18/03/2004
REUTERS/Paulo Whitaker

Mesmo diante de adversidades climáticas enfrentadas pelos produtores rurais, Mato Grosso do Sul registrou recorde na safra de soja 2022/2023. Foram colhidas 13,378 milhões de toneladas da oleaginosa, 53,9% de aumento ante as 8,691 milhões de toneladas colhidas no ciclo 2021/2022.

Segundo o levantamento da equipe técnica do Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio (Siga MS), esta é a maior colheita de soja da história do Estado, superando o recorde anterior do ciclo 2020/2021, quando foram retiradas das lavouras sul-mato-grossenses 13,305 milhões de toneladas da oleaginosa.

A colheita foi finalizada com três semanas de atraso, em relação às cinco safras anteriores. O cenário de atraso observado neste ciclo ocorreu, inicialmente, por uma queda nas temperaturas durante os meses de novembro e dezembro de 2022, alongando o ciclo da cultura em mais de 10 dias.

Além disso, a partir da segunda quinzena do mês de janeiro, o alto índice de precipitação coincidiu com o período de enchimento de grãos, o que gerou alongamento do ciclo, inviabilização da dessecação, aumento da umidade dos grãos e atraso da entrada das máquinas nas lavouras.

Mesmo com a produtividade recorde, houve comprometimento da qualidade dos grãos em decorrência das chuvas intensas.

“A elevada umidade, as altas temperaturas e a ação de microrganismos no estádio final da cultura contribuíram para a redução da qualidade dos grãos nas regiões com maior volume de chuva”, explica o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso do Sul (Aprosoja-MS), André Dobashi.

A estimativa aponta para um acréscimo de 2,5% na área cultivada, atingindo 3,8 milhões de hectares, com produtividade média de 58 sacas por hectare e produção de 13,378 milhões de toneladas.

Os dados finais do ciclo estão em apuração e serão divulgados na segunda quinzena deste mês pela equipe técnica do Siga MS.

Conforme divulgado em fevereiro pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Ciência Tecnologia e Inovação (Semadesc), a área ocupada por lavouras de soja tem apresentado crescimento contínuo em Mato Grosso do Sul nos últimos anos.

Na safra 2018/2019, foram cultivados 2,9 milhões de hectares com a oleaginosa, passando para 3,8 milhões de hectares na temporada atual, um aumento de 31%. Segundo o titular da Semadesc, Jaime Verruck, os dados foram obtidos por meio de um estudo feito pela secretaria.

“Esse crescimento é contínuo e acelerado e, o mais importante, vem permeado de tecnologia e inovação”, diz o secretário, acrescentando que a previsão é de que nos próximos três anos esse processo seja acelerado e a cultura passe a ocupar 4,5 milhões de hectares.

MILHO

O atraso na retirada da cultura de soja interferiu no andamento da semeadura do milho segunda safra, conforme já adiantado pelo Correio do Estado.

Em decorrência do atraso, 54% da área de milho foi semeada fora da melhor janela de plantio, ou seja, as lavouras apresentam maior risco de passar por intempéries climáticas, como estiagem, geada e queda de granizo.

“Grande parte das lavouras ainda está no período vegetativo, e, até o momento, temos 95% das áreas em bom estado de desenvolvimento e 5% em condições regulares”.

“A região sul é a que apresenta maior nível de áreas regulares, com 19%. Porém, considerando o estádio fenológico das plantas e as condições climáticas, o fechamento da safra ainda é incerto”, salienta Dobashi.

De acordo com a média histórica dos últimos cinco anos, a expectativa inicial é de que a safra do cereal atinja uma área de 2,3 milhões de hectares, 5,39% a mais que no ciclo anterior, com produtividade de 80,33 sacas por hectare e produção de 11,206 milhões de toneladas.

Correio do Estado

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