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Brasileira morre na Alemanha após vazamento de gás; filhos estão em abrigo

Por Redação

Em 19 de dezembro de 2025

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Luciana havia se mudado para a Alemanha em janeiro deste ano, após conseguir o visto e autorização para matricular o filho mais velho na escola • Reprodução/Redes sociais

pernambucana Luciana Soares da Silva, de 41 anos, morreu na cidade de Cölbe, na Alemanha, após inalar gás vazado de um aquecedor na casa onde morava, na madrugada de segunda-feira (15).

De acordo com familiares, Luciana estava no pavimento térreo da casa quando ocorreu o vazamento de gás. No andar superior estavam os filhos e o companheiro, de nacionalidade alemã, que chegaram a ser atendidos em um hospital e receberam alta. A pernambucana, no entanto, não resistiu.

Em entrevista à CNN Brasil, a filha mais velha de Luciana, Larissa Kevlyn Sares da Silva, que mora no Recife, relatou que a família começou a desconfiar de que algo havia acontecido após perder o contato com a mãe. Ela contou que era habitual receber mensagens de “bom dia” da mãe logo nas primeiras horas da manhã, devido à diferença de fuso horário entre Brasil e Alemanha.

“A última vez que a gente conseguiu contato com a minha mãe foi no domingo. Na segunda-feira, eu estranhei porque todo dia que eu acordo de manhã sempre tem mensagem dela. A gente passou o dia inteiro tentando falar com ela e não conseguiu”, contou.

De acordo com Larissa, familiares tentaram contato com o companheiro de Luciana, com o filho dele de outro relacionamento e com as crianças, sem sucesso. O desespero aumentou ao longo da segunda-feira e da madrugada de terça (16). O primeiro retorno veio na manhã de terça-feira, quando Larissa conseguiu falar brevemente com o companheiro da mãe, que estava internado em uma CTI (Centro de Terapia Intensiva).

“Ele estava muito sedado, mas conseguiu dizer que tinha acontecido uma tragédia, que as crianças estavam bem e que minha mãe tinha vindo a óbito”, afirmou.

Segundo o relato recebido pela família, Luciana estava próxima à lareira no momento do vazamento do gás responsável por aquecer a casa. A filha diz ter sido informada, de forma não oficial, de que o gás teria se espalhado pelo imóvel. Ainda conforme o relato, Luciana teria sido a primeira a ser atingida e perdeu a consciência antes da chegada dos bombeiros. O companheiro também teria passado mal após acionar o socorro.

Até o momento, a família afirma não ter recebido nenhuma comunicação oficial das autoridades alemãs. As informações chegaram por meio do companheiro da vítima e do Consulado Geral do Brasil em Frankfurt, que, segundo Larissa, informou que o caso está sob investigação da polícia local.

Luciana vivia na Alemanha com os filhos Kauã Emanuel Soares da Silva, de 8 anos, de um relacionamento anterior, e Maria Khatarina Soares da Silva, de 2 meses, filha do companheiro atual. No momento do vazamento, as crianças estavam no andar superior da casa, o que reduziu a exposição delas ao gás.

Após o ocorrido, os dois filhos foram acolhidos em um lar de abrigo. Segundo Larissa, Kauã e Maria estão juntos no mesmo local, informação também repassada pelo consulado. Ainda assim, a família relata angústia pela falta de contato direto com as crianças.

“A gente recebe informação de terceiros. Disseram que eles estão bem, mas é muito angustiante não conseguir falar diretamente com eles”, disse.

A situação da guarda preocupa os familiares, especialmente no caso da bebê de dois meses. De acordo com Larissa, Maria tem dupla nacionalidade, mas o pai é alemão e o vínculo ainda não havia sido oficialmente reconhecido, o que pode gerar entraves legais.

“Nossa principal preocupação é a tutela das crianças. A gente quer trazer meu irmão e tentar trazer a Maria também, mas não sabe como funciona o governo de lá”, explicou.

Luciana havia se mudado definitivamente para a Alemanha em janeiro deste ano, após conseguir o visto e autorização para matricular o filho mais velho na escola. Antes disso, fazia viagens temporárias ao país.

Sem parentes na Alemanha, a família enfrenta dificuldades financeiras para lidar com os custos do processo. A repatriação do corpo pode chegar a R$ 100 mil, segundo estimativas repassadas aos familiares. Diante disso, eles iniciaram uma vaquinha online e disponibilizaram uma chave Pix para receber doações.

“Infelizmente, a gente não tem condições financeiras. (…) A gente quer trazer o corpo da minha mãe, trazer meus irmãos de volta e ir lá resolver tudo isso”, afirmou Larissa.

O Consulado Geral do Brasil em Frankfurt está em contato com a família desde terça-feira (16) para prestar assistência, mas os parentes dizem que as respostas têm sido lentas e que precisam buscar atualizações constantemente.

O Ministério das Relações Exteriores, em nota, por meio do Consulado-Geral do Brasil em Frankfurt, declarou que tem conhecimento do caso e presta a assistência consular cabível.

CNN

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