
Mato Grosso do Sul investiga três casos suspeitos do subclado K do vírus influenza A (H3N2), popularmente conhecido como “gripe K” ou “super gripe”. A informação foi confirmada nesta quinta-feira (18) pelo Ministério da Saúde. Além dos casos suspeitos, uma morte está em investigação na Bolívia, país que faz fronteira com MS.
Em nota, a pasta informou que, até o momento, identificou quatro casos do subclado K no país: um importado, no Pará, associado à viagem internacional, e outros três em Mato Grosso do Sul, que seguem em investigação para confirmação da origem da infecção.
As amostras de MS foram inicialmente analisadas pelo Lacen (Laboratório Central de Saúde Pública) do Estado, que identificou a presença do vírus e encaminhou o material ao Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, laboratório de referência nacional, para o sequenciamento genético, conforme os protocolos da vigilância em saúde.
O que é o H3N2-K?
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), a influenza sazonal passa por constantes mutações. Desde agosto de 2025, há crescimento acelerado da circulação do subtipo A (H3N2) J.2.4.1, conhecido como subclado K, em diversos países.
O vírus apresenta mutações que trazem características novas para o sistema imunológico de grande parte da população, o que favorece a rápida disseminação. No entanto, até o momento, não há evidências de aumento da gravidade dos casos clínicos associados a essa variante.
Entre os principais sintomas, estão febre, dores musculares, cansaço, congestão nasal, dor de cabeça, tosse, calafrios, coriza, mal-estar, náusea e vômitos.
Ainda conforme a OMS, a atividade da gripe permanece dentro do esperado para a temporada, embora em algumas regiões o aumento tenha ocorrido de forma mais precoce. As vacinas disponíveis continuam oferecendo proteção, especialmente contra formas graves e hospitalizações.
Vigilância reforçada
Diante dos registros suspeitos, o Ministério da Saúde informou que intensificou as ações de vigilância da influenza A (H3N2), com atenção especial ao subclado K. A medida atende a um alerta epidemiológico da Opas/OMS (Organização Pan-Americana da Saúde), que aponta aumento de casos e de internações por gripe no hemisfério norte, principalmente na América do Norte, Europa e Ásia.
A vigilância ocorre por meio do monitoramento contínuo de casos de síndrome gripal e de síndrome respiratória aguda grave (SRAG), além da investigação e notificação imediata de eventos respiratórios incomuns. Também houve reforço nas medidas de prevenção e o acesso a vacinas e antivirais para os grupos de risco.
Como se proteger?
O Ministério da Saúde reforça que as vacinas contra a gripe disponibilizadas pelo SUS seguem eficazes para prevenir casos graves, inclusive os causados pelo subclado K. Os grupos mais vulneráveis são os mesmos já contemplados como prioritários na campanha de vacinação. No entanto, o imunizante pode não impedir totalmente a infecção pelo subclado K.
Além da imunização, o SUS oferece gratuitamente antiviral específico para o tratamento da influenza, indicado principalmente para pessoas dos grupos de risco, como estratégia para reduzir a chance de agravamento da doença.
A orientação é manter a vacinação em dia e adotar medidas básicas de prevenção, como higienização das mãos, etiqueta respiratória e evitar contato próximo em caso de sintomas, contribuindo para reduzir a transmissão do vírus.
Morte na fronteira
Autoridades da Bolívia investigam se a morte de uma mulher de 26 anos decorreu da gripe K. O caso foi registrado em Santa Cruz, onde ela testou positivo para gripe A H3N2. Agora, o Serviço Departamental de Saúde declarou alerta laranja e pediu para que a população tome medidas preventivas e meio ao aumento dos casos virais.
O diretor do órgão informou que há suspeita de que a mulher tenha contraído a variante K, já que ela havia chegado do Japão, onde ocorreram infecções. No entanto, os exames laboratoriais ainda não foram divulgados para confirmar a variante.
Em Cochabamba, o Serviço Departamental de Saúde também está monitorando uma paciente de 47 anos, seus dois filhos e dois outros parentes com suspeita de terem contraído a variante K. Ela já testou positivo para influenza A H3N2, e o subtipo está sendo investigado. Eles haviam viajado para os Estados Unidos há três semanas.
Em países vizinhos, como o Peru, autoridades já intensificaram a vigilância devido ao registro de casos positivos e à alta disseminação.
MMN








