
Com a nova empresa paulista que venceu a licitação para operar o “Big Brother” do trânsito de Campo Grande encarregada de trocar todos os radares da Capital, o Executivo da Cidade Morena já possui uma data para o desligamento desses aparelhos: 31 de agosto.
Para além de ficar encarregada pela troca de todos os equipamentos registradores de infrações, a Serget Mobilidade Viária deverá fornecer a devida plataforma de gestão de dados, mais: central de monitoramento; sistema de análise e inteligência de imagens veiculares e de processamento de registros de infrações de trânsito nas vias e logradouros públicos.
Conforme repassado pela Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran) ao Correio do Estado, o desligamento dos atuais radares de Campo Grande está previsto para o último dia de agosto.
Como aponta a Pasta em nota, a substituição de todos os equipamentos só terá início a partir do mês de setembro, sendo que para esta próxima etapa há um prazo de conclusão estimado em até trinta dias.
“Após essa etapa, será realizada a instalação de novos pontos de monitoramento”, expõe a Agetran em retorno ao Correio do Estado, ou seja, como os novos equipamentos demandam inclusive as devidas aferições, a troca de radares deve durar pelo menos um mês.
Teste dos radares
Cabe lembrar que, no dia 06 de agosto, foi realizado o teste dos novos radares para Campo Grande, que durou apenas 24 horas mas foi o suficiente para flagrar casos de alta velocidade, conversão em local proibido e paradas indevidas, nos seis pontos que serviram para avaliar as fiscalizações futuras pelas vias da Cidade Morena.
Mesmo que esse teste tenha sido anunciado com antecedência, o aviso não foi suficiente para que os motoristas campo-grandenses ao menos se policiassem no trânsito, o que por um lado serviu para mostrar para as equipes da Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agência) tivessem a prova da eficácia dos novos radares a serem instalados na Cidade Morena.
Entre os exemplos, um dos mais emblemáticos é o do cruzamento entre a Afonso Pena com a rua Rui Barbosa, que ainda em dezembro de 2023 teve a conversão à esquerda proibida para quem seguia pela avenida.
Nesse ponto, o equipamento flagrou veículos fazendo justamente a dita conversão indevida, mas também registrou motoristas que passaram pelo trecho em velocidade muito acima do permitido e aqueles que pararam na faixa de pedestres de forma indevida.
Troca de empresas
A empresa Serget Mobilidade Viária venceu a concorrência com uma oferta de R$ 47,9 milhões, quase R$ 3 milhões a menos que os R$ 50,2 milhões estipulados pelo certame, em um contrato de 24 meses que pode se estender por um prazo total de até 10 anos no comando dos radares de Campo Grande.
Com sede na rua Dom Luis Felipe de Orleans 426, na Vila Maria em São Paulo, a Serget Mobilidade nasceu há quase três décadas, registrando cerca de 800 vias sinalizadas e mais de 500 fiscalizadas.
Nessa duração de 24 meses, esse contrato renderá um valor mensal de R$2.093.989,29, que representa uma redução de mais de 16% em relação ao acordo anterior.
Vale lembrar que o último contrato para gestão dos equipamentos, por parte do Consórcio Cidade Morena, datava de 2018 e anotou o máximo de aditivos permitidos nesse período, sete no total, que somaram R$54.820.284,75.
Depois disso, esse próximo passo para finalmente firmar uma nova contratação de empresa para gestão dos equipamentos foi dado quase 350 dias após o vencimento do contrato original de radares,
Conforme Portal da Transparência de Campo Grande, R$29.963.827,03 foram pagos pelo poder público ao Consórcio que, até agora, já anotou sete aditivos totais desde o contrato firmado em 2018.
Desde o fim do contrato anterior, a Prefeitura Municipal foi consultada a respeito da legalidade das multas aplicadas, entre outros assuntos, com dúvidas que não foram sanados, inclusive com ação recentemente movida pelo vereador Marquinhos Trad, para tentar anular aproximadamente 320 mil infrações registradas no período.
Sem os radares e suas respectivas multas, com base nos dados de arrecadação da Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran), a pasta da Capital deixa de contar com cerca de R$ 3 milhões ao mês, conforme balanço feito pelo Correio do Estado no ano passado.
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