Bolsonaro afirmou que quem estaria “avançando” sobre ele é ministro Alexandre de Moraes, do Supremo, e não o contrário, e ainda complementou dizendo que “tudo tem limite”.
“Ele [Moraes] está no quintal de casa, será que vai ter coragem de entrar? Não é o desafio para ele? Quem tá avançando não sou eu, agora, isso interessa todo mundo no Brasil”, afirmou.
A CNN encontrou em contato com Alexandre de Moraes, mas o ministro ainda não se manifestou.
Bolsonaro também criticou a prisão do caminhoneiro e influenciador Zé Trovão e do ex-presidente do PTB Roberto Jefferson, suspeitos de participarem da organização de possíveis atos antidemocráticos e de “milícias digitais”.
“Trovão está preso ainda, Roberto já está preso ainda, isso é uma violência sem tamanho praticada por um ministro do Supremo Tribunal Federal que agora abriu mais um inquérito contra mim em função de uma live que eu fiz há poucos meses. É um abuso”, declarou Bolsonaro.
Na última sexta-feira (3), Bolsonaro tornou-se investigado em mais um inquérito no Supremo que, desta vez, apura possível crime apontado pela CPI da Pandemia relativo às declarações de Bolsonaro que relacionaram a vacina contra Covid-19 com o risco de contrair o vírus HIV e desenvolver Aids.
“Se quiser jogar fora das quatro linhas, eu jogo também. Não pretendo fazer isso, não é ameaça para ninguém, mas que cada uma dessas pessoas façam o juiz da sua consciência”, afirmou.
O presidente mencionou ainda as ações de desmonetização de alguns perfis nas redes sociais.
“É inadmissível o que acontece por parte de um ministro no Supremo Tribunal Federal, isso é inadmissível”, disse, desta vez sem citar Moraes.
Ainda durante a entrevista, o presidente falou sobre as vagas disponíveis no alto escalão Judiciário, uma delas recentemente aprovada para ser destinada a André Mendonça, ex-ministro do governo.
Segundo Bolsonaro, no Superior Tribunal de Justiça (STJ), em que duas vagas precisam ser preenchidas em 2022, seu papel é escolher “gente com o perfil parecido com a maioria que votou” nele nas eleições.
“A gente vai mudando as coisas agora. Que que eu posso fazer algo além disso, né? Eu sou a barreira final, nós sabemos que, para o sistema, não interessa uma possível reeleição minha”, argumentou.
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