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Show reúne várias gerações e estilos musicais do Estado em feira de música

Na estrada desde 1955, as irmãs Beth e Betinha serão homenageadas, entre outros pioneiros, no show “Caminhos da Fronteira”, que vai encerrar, no sábado, a 2ª Feira da Música do Campão Cultural 2022 – DIVULGAÇÃO

A partir de amanhã, a 2ª Feira da Música de Campão ocupa o Armazém Cultural, o Museu da Imagem e do Som (MIS) e outros espaços da Capital, com uma agenda que se debruça sobre a música para analisar, debater e promover seus aspectos estéticos, tecnológicos, culturais e mercadológicos.

Entre os convidados estão feras locais e de outros estados, a exemplo de Evandro Higa, Pena Schmidt e Tadeu Patolla.
A Feira da Música integra o Campão Cultural 2022 e, além do intercâmbio entre músicos, produtores, curadores, pesquisadores e empresários, oferece ainda uma série de apresentações musicais gratuitas e, no encerramento, vai reunir diferentes gerações da música sul-mato-grossense no mesmo palco.

Com direção de Eduardo Martinelli e Jerry Espíndola, o show “Caminhos da Fronteira”, começou neste sábado no Armazém Cultural, tem o objetivo de valorizar e mostrar as influências da música da fronteira sul-mato-grossense.

O maestro Martinelli vai conduzir um sexteto de cordas, com Gabriel Basso no baixo e Ju Souc na bateria, em arranjos inéditos.

Em cena, um elenco que traz artistas pioneiros, como as irmãs Beth e Betinha, dupla ícone da música de Mato Grosso do Sul.

Na ativa desde a década de 1950, as Princesinhas da Fronteira vão interpretar clássicos da fronteira de MS com o Paraguai. O show também vai receber Alzira E, referência da moderna música sul-mato-grossense.

POLCA-ROCK E SERTANEJO

A cantora vai apresentar duas polcas-rock, gênero desenvolvido no Estado que mescla a polca paraguaia com a linguagem do rock ‘n’ roll e dá prosseguimento à fusão musical desenvolvida por artistas de MS desde o tempo de Beth e Betinha.

“É muito importante reverenciar nossas fronteiras, influentes na nossa raiz musical, valorizando a América Latina por meio de talentos, que estarão, inclusive, neste lindo encontro”, destaca Alzira, que escolheu as canções “Na Catarata” e “Não Embaça” para interpretar na celebração.

Gerson Douglas e Jakeline Sanfoneira marcam presença como representantes da música sertaneja de MS. Eles vão mostrar versões para clássicos de outros pioneiros igualmente fundamentais para a cultura musical do Estado o acordeonista Dino Rocha e o duo Délio e Delinha. Da nova geração, também participa do espetáculo o violeiro Raphael Vital, com um tema instrumental de Helena Meirelles e o clássico “Trem do Pantanal”, de Paulo Simões e Geraldo Roca.

O show “Caminhos da Fronteira” ainda contará com a performance de Franke. O jovem cantor e compositor carrega, justamente, uma forte influência das gerações que o antecederam e abraça o estilo da polca-rock com uma assinatura pessoal que promete.

Confira, a seguir, uma bate-papo com o maestro Eduardo Martinelli sobre o show.

Como surgiu a ideia e qual a proposta do “Caminhos da Fronteira”?
Faz tempo que eu sempre procuro, em toda oportunidade que tenho, fazer uma inserção, sobretudo dos instrumentos da música de concerto, junto com cantores, cantoras, artistas ou segmentos da música tida como popular, independente do estilo.

É uma coisa que já faz parte dos meus intuitos, das minhas aspirações, fazer alguma coisa bacana que junte essas duas formas.

O universo da música de concerto é um pouco diferente do universo da música popular, mas os dois são música. Então, acho que os instrumentos da orquestra se adaptam, podem somar muito bem com a música popular, onde o uso deles normalmente não é tão comum.

E quanto aos artistas escolhidos? Como se deu a seleção?
Em relação aos participantes, a gente começou a desenhar o seguinte: que pudesse ser uma coisa que tivesse gente nova, nomes da nova geração, e pessoas já consagradas e pelas quais a gente tem de lutar para que não fiquem no esquecimento.

Beth e Betinha é uma coisa que, de cara, toda vez que eu puder fazer um trabalho junto com elas, vou fazer. É uma homenagem e tanto e uma preocupação enorme com duas figuras vivas da música daqui do nosso estado.

Da geração delas, muita gente já se foi. A gente tem sempre que lembrar, em qualquer ocasião especial que fizer, dessas figuras, não é? Elas são demais, são uma bandeira cultural muito importante aqui para o nosso estado.

O Gerson Douglas, por exemplo, é um jovem músico que vai tocar uma música dele, no acordeom, e uma música do Dino Rocha. Ou seja, a gente traça também esse paralelo. A mesma coisa o Raphael Vital, que vai tocar uma música da Helena Meirelles na viola e a versão do Almir Sater de “Trem do Pantanal”.

E temos também a Alzira E. São coisas que calharam com a proposta de juntar uma nova geração com uma geração mais antiga

Qual a ideia de música de fronteira que se coloca a partir dessas atrações e da proposta do show?
A Beth e a Betinha eram conhecidas pela alcunha de Princesinhas da Fronteira, e a produção musical de um modo geral, em Campo Grande e no estado de Mato Grosso do Sul, tem uma influência enorme da fronteira, sobretudo com o Paraguai.

Então, nada mais apropriado do que fazermos a música autoral daqui, onde as coisas culturais se confundem nessa nossa região. A música brasileira com a música paraguaia ou argentina.

Como será a mescla erudito/popular dessa vez? O senhor tem estado à frente dessa dobradinha em várias iniciativas.
O elemento clássico, erudito em si, é mais no resultado estético pelo uso dos instrumentos que caracteristicamente são da música de concerto. Porque a gente não faz nenhuma modificação no DNA das peças, das músicas, o ritmo e as células melódicas são mantidos.

O que tem realmente de diferente é que o resultado sonoro acaba ficando mais colorido pela diversidade de timbres, as características do mundo clássico da música de concerto.

Mas é um respeito muito grande que a gente tem mutuamente para que se mantenham as características originais das músicas, sobretudo para não ter nenhum tipo de invasão, e, sim, um tipo de soma.

Algo em que a gente consiga colocar uma paleta nova de cores nas músicas que originalmente não tem, justamente por não usarem tanto esses instrumentos nas versões originais, que são versões com bem menos instrumentos.

Vamos estar com flauta, violino, viola sinfônica, violoncelo, fagote. Então, traz um pouco do colorido sonoro da música de concerto para esse tipo de espetáculo.

Mais informações pelo site: festivalcampaocultural.ms.gov.br/feira-da-musica/.

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Redação

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