Categories: MS

Reforma Tributária reduz pela metade carga dos mais pobres e aumenta para 20% mais ricos

Foto: Correio do Estado

A Reforma Tributária pode reduzir pela metade o pagamento de impostos pelos 10% mais pobres, segundo estudo do Banco Mundial divulgado nesta sexta (18). Haverá aumento da carga apenas para os 20% mais ricos.

O dado é uma comparação entre o sistema tributário atual e uma reforma que tenha alíquotas reduzidas apenas para saúde, educação e parte da cesta básica. Também considera que alguns produtos da cesta terão isenção e prevê a devolução de tributos para os mais pobres, o chamado cashback.

O modelo está próximo do texto aprovado pela Câmara dos Deputados, que está em discussão no Senado.

O trabalho divide os brasileiros em dez faixas de renda de acordo com os dados do IBGE. Atualmente, os 10% mais pobres têm uma carga equivalente a 2,4% da arrecadação dos tributos sobre consumo alvo da reforma. O percentual cairia para 1,2%. Para os 10% mais ricos, a participação na arrecadação passaria de 33% para 39,2%.

A gente consegue um sistema mais justo do ponto de vista distributivo, mas também no sentido de retornar dinheiro para as classes mais baixas. Você diminui o efeito da pobreza e faz uma distribuição de renda maior”, afirma o consultor do Banco Mundial Eduardo Fleury, que apresentou os dados durante evento organizado pelo Insper.

O estudo também contou com a participação dos pesquisadores Gabriel Ibarra, Rafael Rubião e Ricardo Campante.

Segundo os cálculos, uma reforma que desse isenção para todos os itens da cesta básica federal atual, sem cashback, deixaria a carga dos mais pobres em 1,9% da arrecadação e a dos mais ricos em 38,5%. Ou seja, o efeito distributivo seria menor.

“Toda vez que começa a dar isenções muito grandes, isso beneficia as classes mais altas”, afirma Fleury.

A definição de quais produtos da cesta terão alíquota reduzida em 60% e quais serão isentos será feita por meio de lei a ser aprovada após a promulgação da reforma. No estudo, os consultores do Banco Mundial tiraram da lista de isenção produtos que têm consumo mais concentrado entre as famílias mais ricas.

“Para resolver o problema da distribuição, a primeira condição é que o consumo da parcela mais pobre da população tem de ser maior naquele bem ou serviço que está sendo desonerado do que o consumo da parcela mais rica. Senão não faz sentido desonerar, porque você não vai ter o ganho distributivo”, afirma o pesquisador Leonel Cesarino Pessôa, da FGV Direito-SP, autor de outro trabalho sobre o tema.

Segundo ele, mesmo com essa condição, os ricos ainda vão ser mais beneficiados pela desoneração por gastarem mais com a maior parte desses produtos, algo que pode ser resolvido com a devolução via cashback.

Fonte: Correio do Estado

Deixe seu comentário...
Redação

Recent Posts

Jovem é atacado com facão e foice em fazenda no Pantanal

Um jovem de 23 anos foi vítima de um ataque com arma branca em uma…

8 horas ago

Prefeito de Pedro Gomes discute parceria para oferta de cursos semipresenciais na cidade

O prefeito de Pedro Gomes, Delegado Murilo, participou na manhã desta segunda-feira (17) de uma…

11 horas ago

Russos dizem que correu “muito bem” a chamada entre Trump e Putin

A chamada telefônica entre o presidente norte-americano, Donald Trump, e o seu homólogo russo, Vladimir…

12 horas ago

Antes ou depois do treino? O melhor momento para beber um shake proteico

Se aposta em shakes proteicos, costuma tomá-los antes ou depois dos treinos? Será que existe…

13 horas ago

IFMS oferece curso preparatório para ingresso no ensino médio

O Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) está com inscrições abertas no curso preparatório gratuito Partiu…

13 horas ago

Filha que matou o pai em Mundo Novo alega que foi abusada durante 13 anos

Daniela Moraes de Souza, de 22 anos, presa em flagrante por matar o pai, Daniel Pereira…

13 horas ago