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Pró-Pantanal: Estado vai captar R$ 1 bilhão para recuperar Rio Taquari e investir em saneamento

Apesar de ser um problema atual, a promessa de recuperação do Rio Taquari é antiga e não sai do papel há cerca de 20 anos – Foto: Reprodução/Observatório Pantanal

Ministério da Agricultura deve destinar US$ 200 milhões – quase R$ 1 bilhão -, oriundos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), para a recuperação do Pantanal sul-mato-grossense. Além do investimento em Mato Grosso do Sul, também serão repassados US$ 200 milhões para o Mato Grosso, verba que também deverá ser destinado para a recuperação do bioma localizado no estado vizinho.

O recurso foi anunciado pelo governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB) durante agenda realizada na manhã desta segunda-feira (11), em Campo Grande.

Segundo Riedel, a recuperação das nascentes do Rio Taquari é o foco do Projeto Pró-Pantanal, feito junto ao BID e ao Ministério da Agricultura, que já está pronto e deve “começar a andar” no ano que vem.

“O projeto prevê uma ação muito forte nas nascentes do Taquari, com recuperação das áreas degradadas, recomposição de área de proteção permanente, cumprimento de preservação dessas áreas e supressão das voçorocas”, afirmou Riedel.

Todas as ações serão voltadas para a melhoria do solo na região, com a finalidade de reduzir o assoreamento no rio. Segundo dados da Embrapa Pantanal, apresentados em 2021, a sedimentação no Taquari é de cerca de 36 mil toneladas por dia, e este assoreamento pode ocasionar na inundação permanente de milhares de quilômetros quadrados de terras localizadas no Pantanal

Além das ações no Alto Taquari, metade do recurso será destinado à planície pantaneira, principalmente para ações de saneamento e tratamento do lixo, como forma de proteção também ao solo dessa região.

“Esse é um recurso que envolve o Ministério da Agricultura, e o Ministério do Planejamento, da ministra Simone [Tebet], está acompanhando isso a par e passo com o BID. O Estado será o executor desse recurso tomado pelo Ministério”, explicou o governador.

O investimento é resultado de acordos feitos pelo Governo do Estado durante compromissos em Washington, capital dos Estados Unidos, no início do mês de setembro.

Reuniões e fórum

Em Washington, Riedel participou de reuniões com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e com o Banco Mundial, além do fórum Lide Brazil Development, evento que contou com a participação de 18 governadores, vices e prefeitos dos principais estados e municípios do Brasil.

Nas ocasiões, o governador de Mato Grosso do Sul apresentou os potenciais do Estado, modelos de infraestrutura para rodovias e destacou a Rota Bioceânica, além de discutir recursos e ações voltadas ao Projeto Pró-Pantanal.

Riedel esteve acompanhado do secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck, e da secretária especial do Escritório de Parcerias Estratégicas (EPE), Eliane Detoni.

Histórico do Rio Taquari

Com 787 quilômetros de extensão, o Rio Taquari é um dos mais importantes rios da Bacia do Pantanal, que nasce no Mato Grosso (MT) e atravessa muitos municípios do Mato Grosso do Sul (MS).

O rio se configura como um dos principais leitos de drenagem das águas da Bacia Pantaneira para o Rio Paraguai e santuário ecológico da região, exibindo, hoje, sinais de devastação.

Apesar de ser um problema atual, a promessa de recuperação do Rio Taquari é antiga e não sai do papel há cerca de 20 anos.

Ainda em 2006, o Governo Federal definiu um Grupo de Trabalho Interministerial (GTI) para discutir ações emergenciais para recuperação ambiental da bacia do rio do Taquari, o qual permanece em estado de degradação.

Conforme estudo anterior do Governo Federal, a origem dos problemas do Taquari está concentrada na parte alta do rio, onde há uma grande quantidade de sedimentos provenientes do uso inadequado do solo de pastagem.

Esses materiais sólidos são levados para a parte baixa da bacia, causando, por exemplo, o assoreamento do rio.

Os estragos do rio vêm sendo causados ao longo de 30 anos, resultando no cenário ecológico que vemos hoje.

Ainda conforme destacado pelo Governo Federal, entre as consequências causadas pelo assoreamento do rio, vê-se a degradação dos recursos naturais como solo, água, vegetação e a diminuição da fauna terrestre e aquática.

Fonte: Correio do Estado

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