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População de MS é alvo de criminosos nas redes sociais

O Instagram se transformou em um cenário recorrente de golpes. Os alvos são cuidadosamente estudados e a ação é muito rápida. Em minutos, os criminosos roubam a conta da vítima escolhida e começam com o estelionato, como foi o caso da agropecuarista Cristiane Tosta, 39 anos.

Moradora do município de Aparecida do Taboado, a 457 quilômetros de Campo Grande, Cristiane diz que a ação de roubo da sua conta privada do Instagram aconteceu em apenas 10 minutos.

“Eles foram muito rápidos e planejaram a ação. Nas últimas semanas, eu estava buscando por hotéis e uma conta de um estabelecimento entrou em contato comigo pelo direct, perguntaram se poderíamos conversar por ligação, disse que sim, e aí tudo aconteceu muito rápido e já perdi o acesso da minha conta”, relatou.

Assustada com a situação, Cristiane contou ao Correio do Estado que em questão de segundos os golpistas já começaram a publicar anúncios de venda em sua conta da rede social.

“Publicaram um story se passando por mim, dizendo que uma amiga minha estava indo embora do País e estava se desapegando de alguns móveis e eletrodomésticos com um preço acessível”, explicou Cristiane.

Para proteger aqueles que poderiam acreditar nas postagens, a agropecuarista publicou em suas outras redes sociais um aviso de que seu Instagram havia sido hackeado.

“Publiquei o aviso, meu marido e meus filhos também, e mesmo assim ainda não consegui evitar que alguns conhecidos acreditassem e fossem enganados. Eram produtos muito bons por um preço que chama atenção”, salientou.

Segundo Cristiane, no dia seguinte ela já se dirigiu a uma delegacia. “Para me proteger e mostrar que não estava ligada a esses golpes, e sim que era uma vítima, fui até a delegacia e registrei um Boletim de Ocorrência”, disse.

Conforme a agropecuarista, a ausência de cuidados da rede social com o usuário que está vivenciando um momento desse tipo é frustrante.

“Já tive outras redes sociais hackeadas e era atendida, eles se colocavam à disposição para sanar o problema, mas não senti isso desta vez, estava sem orientação nenhuma da plataforma enquanto era vítima, isso é horrível”. A situação durou cerca de uma semana.

“Consegui resolver meu problema sendo orientada por um advogado especialista em crimes cibernéticos”, finalizou.

PERFIL

De acordo com o ouvidor-geral da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, Wellington de Oliveira, o Estado vive uma onda de crimes cibernéticos.

Conforme Oliveira, os criminosos estão fazendo o furto de dados, situação que não se difere dos contos do vigário, do bilhete premiado, da desgraça do mecânico.

“No caso do Instagram, o criminoso pode ter acesso aos dados da vítima por meio de sites falsos, as pessoas se cadastram, colocam senhas semelhantes, e é tudo o que o criminoso precisa”, informou.

O delegado esclareceu que os ataques não acontecem aleatoriamente, as vítimas geralmente são estudadas, os envolvidos no crime observam qual é o conteúdo de maior interesse da pessoa e atacam a partir disso, como aconteceu com Cristiane.

“Eles fazem uma análise do perfil para que a ação dê certo, tudo é pensado e eles precisam agir rápido, antes que o dono da conta perceba e comece a avisar os seus conhecidos”, pontuou o delegado.

PROTEÇÃO

De acordo com Oliveira, para se proteger desses tipos de golpes, é necessário que o usuário ative o sistema de segurança das contas em duas etapas: senha e confirmação no e-mail.

Ainda de acordo com ele, é preciso um pouco de bom senso da população quando vir anúncios com preços de produtos bem abaixo do mercado.

“As propostas são tentadoras e é nesse momento que todos devem se perguntar se esses anúncios são verdadeiros, devem confirmar com o anunciante por meio de outras redes e fazer ligações quando for possível”, salientou.

Por fim, o delegado orientou que é de extrema importância que boletins de ocorrência sejam registrados. “Temos um número muito grande de pessoas que tentam resolver por conta própria e não buscam uma delegacia. Temos uma estimativa de que pelo menos 50% das pessoas que são vítimas desses crimes não registram B.O.”, reiterou.

SAIBA

A invasão às redes sociais com o intuito de obter, adulterar ou destruir dados ou informações resulta em pena de reclusão de um a quatro anos, além de multa. Caso o crime resulte em prejuízo econômico, a pena aumenta e passa a ser de dois a cinco anos, mais multa.

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Redação

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