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Mato Grosso do Sul cresce 16% em um ano

Foto: Divulgação

O Produto Interno Bruto (PIB) de Mato Grosso do Sul chegou a R$ 142,2 bilhões em 2021, alta nominal de 15,96% em comparação com os R$ 122,6 bilhões registrados em 2020. Os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que o Estado tem obtido índices alcançados somente pela China no passado. No mesmo período, por exemplo, o país asiático cresceu 8,4%.

De acordo com o IBGE, o indicador não é o total da riqueza existente em um país. “Esse é um equívoco muito comum, pois dá a sensação de que o PIB seria um estoque de valor que existe na economia, como uma espécie de Tesouro Nacional. Na realidade, o PIB é um indicador de fluxo de novos bens e serviços finais produzidos durante um período. Se um país não produzir nada em um ano, o seu PIB será nulo”, detalha.
O mestre em Economia Eugênio Pavão detalha que o valor indicado (R$ 142,2 bilhões) aponta o crescimento nominal de um ano para o outro, sem descontar a inflação do período.

“O PIB nominal é o valor a preços correntes, sem tirar as perdas provocadas pela inflação. Já o PIB real leva em conta a inflação, ou seja, é deflacionado para chegar ao valor realmente produzido, sem as alterações monetárias”, diz.

Ainda de acordo com o economista, o Estado tem crescido além do esperado nesses últimos anos. “Mato Grosso do Sul passa por um momento de alta de investimentos, com recursos aplicados no agronegócio e na indústria. Com a expansão da atividade econômica e forte participação das exportações, MS vem colhendo bons resultados econômicos”, diz Pavão e conclui.

“As previsões do PIB para 2021 previam crescimento de 5%, com valor estimado de R$ 125,297 bilhões. Desta forma, o resultado representa uma alta expressiva em relação à estimativa do próprio Estado. E não foi maior em virtude de impactos no setor da pecuária”, finaliza.

CAPITAL

Apesar do bom desempenho do Estado, os dados divulgados nesta sexta-feira revelam que Campo Grande caiu seis posições no ranking dos 100 municípios brasileiros com o maior PIB do Brasil. Em 2020, a cidade estava em 29º lugar e no ano seguinte caiu para a 35ª posição.

De acordo com o IBGE, a economia de Campo Grande foi avaliada em R$ 34,7 bilhões em 2021, o que corresponde a 0,39% do PIB nacional. Um ano antes, o valor foi de R$ 30,1 bilhões e a participação no índice nacional foi de 0,40%.

No ranking regional, entre os 30 municípios do Centro-Oeste com maiores PIBs, somente seis são de Mato Grosso do Sul. Na lista, Campo Grande ficou em 3º lugar, atrás de Brasília (R$ 286,9 bilhões) e Goiânia (R$ 59,8 bilhões).

Três Lagoas apareceu em 9º lugar, com PIB de R$ 13 bilhões, e Dourados ficou em 10º lugar, com PIB de R$ 12,6 bilhões. O município de Ponta Porã ocupa a 25ª posição, com PIB de R$ 5 bilhões. Maracaju aparece em 30º lugar, com R$ 4 bilhões.

SETORES

A participação da agropecuária no PIB de Mato Grosso do Sul cresceu 23,4% de 2020 (R$ 26,05 bilhões) para 2021 (R$ 32,13 bilhões), aponta o IBGE.

Considerando a participação no valor adicionado bruto a preços correntes, houve um salto de 23,7% para 25,5%. Com isso, a agropecuária manteve a 2ª maior participação, ficando atrás apenas do setor de serviços (R$ 47,44 bilhões).

No ranking entre os estados, Mato Grosso do Sul ficou na oitava posição nesse quesito, sendo a primeira posição ocupada por Mato Grosso (R$ 79,88 bilhões) e a segunda posição pelo Rio Grande do Sul (R$ 74,96 bilhões).

Entre os municípios de Mato Grosso do sul, ganham destaque Ponta Porã, com R$ 1,70 bilhão de valor adicionado bruto da agropecuária, passando Maracaju (R$ 1,61 bilhão) no ranking sul-mato-grossense.

Esses dois municípios ganharam destaque no ranking nacional em 2021, pois ocuparam a 22ª posição e 23ª posição, respectivamente. O município de Três Lagoas, que em 2020 apresentava o oitavo maior valor nesse quesito, passa a ser o 4º no ranking sul-mato-grossense, ultrapassando Rio Brilhante (R$ 1,25 bilhão) e Ribas do Rio Pardo (R$ 1,24 bilhão).

No que se refere ao PIB do setor industrial, apenas dois municípios de MS estão no ranking dos 100 municípios com maiores valores adicionados brutos da indústria. Três Lagoas está no 53º lugar, com valor adicionado bruto de cerca de R$ 6,62 bilhões. Campo Grande ficou no 96º lugar, com valor adicionado bruto de cerca de R$ 4,35 bilhões.

PER CAPITA

Entre os 100 municípios brasileiros com maiores PIBs per capita, dois são de Mato Grosso do Sul. O município de Selvíria ocupa o 26º lugar da lista, com PIB per capita de R$ 262.888 e população estimada, em 2021, de 6.555 habitantes.

O município registrou uma queda de 35% no PIB a preços correntes e perdeu 24 posições em relação a 2020, época em que era o segundo da lista.

Outro município de MS que aparece no ranking é Paraíso das Águas, posicionado no 65º lugar (era o 40º em 2020), com PIB per capita de R$ 185.063,32 e população estimada de 5.751 habitantes, em 2021.
O PIB dos dois municípios é influenciado pelo faturamento de usinas hidrelétricas que estão registradas em seus territórios.

FUTURO

Conforme já adiantado pelo Correio do Estado, Mato Grosso do Sul deve crescer acima da taxa nacional em 2023. O Banco Central projeta que todas as riquezas brasileiras cresçam 2,92% até o fim deste ano. Já o governo federal aponta uma média de 3% para os 12 meses deste ano.

O titular da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Inovação, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, disse à reportagem em outubro que o Estado deve ultrapassar a meta nacional.

“Mantivemos aquele posicionamento de que Mato Grosso do Sul pode, ainda neste ano, ter um crescimento fora da média nacional. Até o momento, nossa expectativa de crescimento do PIB é na ordem de 4,5% a 5,5% em Mato Grosso do Sul. Quer dizer bastante acima do que está previsto para a média nacional”, disse.

A ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), disse em entrevista ao Estadão que o Brasil poderia crescer mais de 2% em 2023. “Mesmo se nada acontecer, o Brasil crescerá mais de 2% neste ano”.

Tebet avaliou que há projeções de mercado “conservadoras”, apontando o crescimento menor do PIB no ano. “Com todas as limitações, apesar da alta taxa de juros, tem uma confiança do mercado que se reflete nos números”, afirmou a ministra na ocasião.

Fonte: Correio do Estado

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