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Indígena morre após confronto e chega a 11 o número de feridos em Amambai

Outra vítima, mulher de 22 anos, foi baleada no abdome e transferida para Ponta Porã. (Foto: Cimi)

Jovem guarani kaiowá é a primeira morte confirmada por conflito entre policiais, fazendeiros e indígenas em Amambai, na região sul do Estado. O homem, ainda não foi identificado, mas tem entre 26 e 30 anos, segundo os socorristas. Agora, já são 11 feridos no confronto, 8 índios e 3 policias do Batalhão de Choque de Campo Grande.

Depois de 7 índios atendidos, há pouco, uma adolescente de 13 anos também deu entrada no hospital, com perfuração no abdome. Apesar da informação inicial ser de uso de balas de borracha, segundo a diretor do Hospital Regional de Amambai, Paulo Sérgio Catto, todos os feridos foram atingidos por disparos de arma letal.

Agora, os casos mais graves são de uma jovem de 22 anos e da menina de 13, ambas baleadas no abdome. Outros 5 adolescentes guarani kaiowá estão sob cuidados médicos. Duas vítimas já foram transferidos para Ponta Porã, onde passarão por cirurgia. Um teve fratura no fêmur, provocada por tiro.

Com ferimentos leves, também são atendidos no local 3 policiais do Batalhão de Choque de Campo Grande. Os nomes não foram informados, mas eles têm 41, 38 e 26 anos, todos atingidos de raspão.

Neste momento, cerca de 100 policiais estão na região, inclusive, com helicóptero.

Segundo o Cimi (Conselho Indígena Missionário), grupo de 30 indígenas entrou ontem à tarde na fazenda Borda da Mata, chamada pelos guarani de “Território de Guapoy”. Hoje, por volta das 10 horas, a PM tentou a retirada.

Os indígenas denunciam que a operação ocorreu sem ordem judicial e que deveria ter sido feita pela Polícia Federal, não pela PM. “Policiais militares e fazendeiros invadiram a área, na manhã desta sexta-feira (24/6), no intuito de expulsar, através do uso da força, os indígenas – mesmo não havendo ordem judicial.

Foram feitos vários disparos de bala de borracha contra os indígenas.

Para o Conselho, desde o momento da “retomada” do território, polícia militar e fazendeiros premeditaram o ataque armado de hoje.

“Diante das informações dos feridos, do contingente populacional local e do histórico de violência na região, o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) teme que a situação evolua rapidamente para um novo episódio de massacre contra os Guarani Kaiowá, como o ocorrido em 2016, em Caarapó (MS).” O Cimi lembra que a reserva de Amambai é a segunda maior de Mato Grosso do Sul em termos populacionais, com quase 10 mil indígenas. A Polícia Militar garante fo recebida a tiros pelo grupo guarani e não explicou o motivo de tentar a retirada sem ordem judicial.

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Redação

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