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Empurra-empurra da fiscalização deixa cigarro eletrônico livre, leve e solto

Foto: Divulgação

Proibido pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) desde 2009, o cigarro eletrônico é protagonista de um jogo de empurra no quesito fiscalização. O resultado: circula livre, leve e solto.

Em Campo Grande, o produto contrabandeado pode ser comprado até por delivery. Basta digitar a marca, escolher o sabor e pagar R$ 57 pelo cigarro eletrônico descartável. Já em plataforma de compra e venda pela internet, há modelos de R$ 50 a R$ 600.

No comércio, o item proibido divide prateleira com produtos autorizados, como o tradicional cigarro da indústria brasileira. Com valor de R$ 100, um modelo descartável promete 1.500 puxadas.

O marketing também recorre a contorcionismos verbais para atenuar palavras e dar um ar descolado ao velho hábito. Nada do verbo fumar, os adeptos preferem o termo “vaporar”. O nome também muda, sai o cigarro eletrônico e entra termos como vape e pod. Também há os “juices”, líquidos que vão no tanque do eletrônico, com um cardápio diversificado: algodão doce, kiwi com melão, morango, abacaxi.

Com custo de R$ 65 na internet, o juice de algodão doce se esmera na propaganda, com promessa de sabor de infância e uma viagem pelo “mundo dos parques de diversões”.

A reportagem questionou a Vigilância Sanitária Estadual sobre a fiscalização. A resposta do órgão foi de que essa responsabilidade é das Vigilâncias Sanitárias municipais. a Vigilância de Saúde da Capital, por sua vez, disse não ser da sua competência fazer o recolhimento do material.

“A fiscalização do comércio de cigarros eletrônicos e produtos similares deve ocorrer, em parceria entre a Vigilância Sanitária e Polícia Federal, uma vez que estes são proibidos e, assim, todo e qualquer produto do gênero que está sendo comercializado no município é fruto de contrabando, não cabendo à Vigilância Sanitária fazer o recolhimento do material, uma vez que se trata de um flagrante de crime federal.”

O Procon informa que faz apreensões, mas recebe poucas denúncias, pois a maioria acredita que o cigarro eletrônico tem venda e uso liberados. “Temos poucas denúncias, porque as pessoas acham que não é proibido. Se tiver denúncia de venda desse tipo de produto, nós vamos retirar. O Procon tem autonomia legal para retirar produto não autorizado”, afirma o superintendente Marcelo Monteiro Salomão.

Perigo – Apesar da roupagem moderninha, o modelo eletrônico, mesmo sem ter a queima do tabaco, é como o tradicional: faz mal à saúde. Ambos contêm nicotina e podem causar doença respiratória.

De acordo com o Inca (Instituto Nacional de Câncer), os cigarros eletrônicos expõem o organismo a uma variedade de elementos químicos gerados de diferentes formas. Uma pelo próprio dispositivo (nanopartículas de metal).

A segunda tem relação direta com o processo de aquecimento ou vaporização, já que alguns produtos contidos no vapor de cigarros eletrônicos incluem carcinógenos conhecidos e substâncias citotóxicas, potencialmente causadoras de doenças pulmonares e cardiovasculares.

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Redação

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