Criança vítima de catapora não havia sido vacinada - Gerson Oliveira/Correio do Estado
A criança de 1 ano e 10 meses que morreu devido a complicações provocadas pela varicela, popularmente conhecida como catapora, no último sábado (3), estava com a vacina tetraviral (sarampo. caxumba, rubéola e varicela) atrasada há 7 meses.
A informação é do Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (Humap), que recebeu a criança na noite do dia 31 de julho. Inicialmente, ela foi atendida na Unidade de Pronto Atendimento, com febre e lesões vesiculares pruriginosas. Lá, foi medicada com antibiótico e encaminhada para o Hospital.
“Na admissão do Humap, em exames de imagem, foi identificado pneumonia grave. A criança faleceu devido a complicações provocadas pela varicela”, diz nota do Hospital.
Por se tratar de uma doença altamente infecciosa, o Hospital Universitário adotou o bloqueio sanitário preconizado pelo Ministério da Saúde, que inclui medidas como:
Conforme noticiado anteriormente pelo Correio do Estado, Campo Grande não registrava mortes pela doença desde 2021. Segundo a Secretaria Municipal da Saúde (Sesau), haviam sido registrados 110 casos naquele ano.
No ano seguinte, houve queda no número de casos, com 71 notificados. Em 2023, os registros voltaram a subir, com 111 casos.
Desde janeiro deste ano, a Capital já soma 83 casos da doença.
Confira dados referentes aos últimos 10 anos:
ANO | CASOS | MORTES |
2014 | 1.114 | |
2015 | 730 | |
2016 | 1.314 | 1 |
2017 | 1.142 | 3 |
2018 | 774 | |
2019 | 346 | |
2020 | 78 | |
2021 | 110 | 1 |
2022 | 71 | |
2023 | 111 | |
2024 | 83 |
A principal forma de prevenção e controle da doença é a vacinação. Em 2013, o Ministério da Saúde introduziu a vacina tetra viral, que protege contra sarampo, caxumba, rubéola e varicela (catapora), na rotina de vacinação de crianças que já tenham sido vacinadas com a primeira dose da vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola).
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde da Capital, a cobertura em Campo Grande é de 83% em 2024.
Além da tetraviral, também existe uma vacina específica para a varicela. A Sesau recebeu 5.270 doses da vacina varicela neste ano.
“A Sesau orienta que crianças que se enquadram na faixa etária preconizada podem procurar as unidades para avaliação da caderneta e indicação para a melhor estratégia de esquema vacinal. A Sesau informa que aguarda sempre o envio do imunizante pelo Ministério da Saúde. Assim que novas remessas chegam, as vacinas são distribuídas às Unidades de Saúde”, diz nota.
A vacina para varicela (catapora) tem suas indicações precisas, levando em conta a situação epidemiológica da doença, por isso não está disponível de forma universal no SUS.
Indicações para a vacinação da catapora (varicela):
As principais medidas de prevenção e controle da catapora (varicela) são:
A catapora é facilmente transmitida para outras pessoas. O contágio acontece por meio do contato com o líquido da bolha ou pela tosse, espirro, saliva ou por objetos contaminados pelo vírus, ou seja, contato direto ou de secreções respiratórias.
Indiretamente, é transmitida por meio de objetos contaminados com secreções de vesículas e membranas mucosas de pacientes infectados.
Os sintomas da catapora, em geral, começam entre 10 e 21 dias após o contágio da doença. Os principais sinais e sintomas da doença são:
As bolhas surgem inicialmente na face, no tronco ou no couro cabeludo, se espalham e se transformam em pequenas vesículas cheias de um líquido claro. Em poucos dias o líquido escurece e as bolhas começam a secar e cicatrizam. Este processo causa muita coceira, que pode infeccionar as lesões devido a bactérias das unhas ou de objetos utilizados para coçar.
Aos primeiros sintomas é necessário procurar um serviço de saúde para que um profissional possa orientar o tratamento e avaliar a gravidade da doença. Para evitar o contágio, é necessário restringir a criança ou adulto com catapora de locais públicos até que todas as lesões de pele estejam cicatrizadas, o que acontece, em média, num período de duas semanas. Mãos, vestimentas e roupas de cama, além de outros objetos que possam estar contaminados, devem passar por higienização rigorosa.
As principais complicações da catapora, nos casos severos ou tratados inadequadamente, são:
A enfefalite é uma inflamação aguda no sistema nervoso central, que provoca a inflamação do cérebro. Se não for tratada, pode ser fatal. Afeta principalmente bebês, crianças e adultos com o sistema imunológico comprometido.
Pessoas com catapora não devem ter contato com recém-nascidos, mulheres grávidas ou qualquer indivíduo que esteja com a imunidade baixa (como pessoas com aids ou que estejam realizando quimioterapia), já que a doença pode ser mais grave nestes grupos.
Com informações do Ministério da Saúde.
Fonte: Correio do Estado
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