Quase dois anos após a primeira pessoa ser vacinada contra a covid-19 em Mato Grosso do Sul, a procura pelo imunizante apresentou drástica queda nas unidades de saúde do Estado. Com segundo reforço liberado para pessoas acima de 30 anos, o total de imunizados com esquema vacinal completo soma pouco mais de 10% do público-alvo no Estado.
Dados do Painel Mais saúde, da SES (Secretaria Estadual de Saúde), apontam que, em Mato Grosso do Sul, é de 2.839.188 o total de pessoas aptas a receber a vacinas, porém, até a manhã desta segunda-feira (21) apenas 285.885 estão protegidas.
Analisando os dados da Secretaria, é possível notar considerável redução no gráfico que aponta comparativo entre o número de imunizados e as doses aplicadas.
Receberam a primeira 2.260.726, o que representa 88,71% de pessoas. Já a D2 foi aplicada em 78,57% dos moradores, um total de 1.972.920. O reforço um, ou terceira dose, foi disponibilizado a 1.184.662 sul-mato-grossenses e a quarta dose a 285.885, índice muito abaixo do indicado.
Atualmente, crianças entre 5 e 11 anos são uma das preocupações para o setor de saúde. Do grupo de 301.026, pouco mais de 58% está protegido, um total de 175.731 pessoas. Em relação à segunda dose, o desempenho é ainda pior e apenas 85.319 estão com a vacinação em dia, um total de 28,34%.
“O discurso de que a pandemia acabou tem aumentado muito e essa falsa impressão diminui assustadoramente os indicadores de vacinação, sendo que a vacina é nossa principal arma contra a evolução para casos graves e óbitos relacionados à doença”, explica o secretário estadual de saúde, Flávio Brito.
O secretário alerta ainda para o avanço da nova variante da covid-19 no Brasil, a ômicron, já identificada em diferentes regiões. “Nosso apelo é para que as pessoas não relaxem nas medidas de cuidado e procurem as unidades de saúde. Na última semana tivemos registros de morte e isso é a prova de que não dá para descuidar”, finaliza.
Na última sexta-feira (18), a Prefeitura de Campo Grande liberou a quarta dose para moradores a partir de 30 anos. Para receber a vacina, é preciso ter intervalo de pelo menos quatro meses entre a última aplicação.
Na Capital, mais de 40 locais aplicam as vacinas de segunda a sábado, durante os períodos da manhã e da tarde.
Covid-19 em MS
Nesta quarta-feira (16), boletim epidemiológico aponta que, na última semana, Mato Grosso do Sul registrou mais 285 novos casos de Covid-19. Com isso, número total de pessoas contaminadas pelo vírus, desde o início da pandemia, é de 582.739.
Durante o mesmo período, dois novos óbitos foram registrados. Ambos são idosos e do sexo masculino, um de 71 anos e outro de 73.
Variante BQ.1: pode existir nova onda em MS?
Apesar do Estado não ter casos da BQ.1 confirmados até o momento, existe a possibilidade de ter nova onda de contágio em Mato Grosso do Sul, assim como ocorreu com demais linhagens da Covid-19.
Segundo a infectologista Mariana Croda (CRM: 5853), da SES, isso acontece devido a inúmeros fatores: pessoas não vacinadas ou com esquema de imunização incompleto, aumentos da circulação de pessoas com festas do fim do ano e afins. Apesar disso, a especialista tranquiliza a população. “Mesmo com uma possível nova onda aqui no Estado, não vai ser na mesma gravidade igual ao passado”, diz.
Nesse sentido, ela ainda pontua que a gravidade da BQ.1 é a mesma das cepas já registradas anteriormente. Então, os grupos de risco continuam os mesmos:
- Imunossuprimidos;
- Pessoas não vacinadas ou com vacinação incompleta;
- Idosos;
- Portadores de doenças crônicas.
“Você aumenta o número de casos, aumenta o número de risco. Por isso, pessoas do grupo de risco podem vir a óbito. Além disso, a maior circulação do vírus permite nova variante e é isso que o Estado deseja suprimir. Afinal, as vacinas não previnem infecção, previnem sintomas graves e óbitos”, ressalta. Dessa forma, medidas individuais são imprescindíveis.