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Rádio, remédio e enlatados: UE recomenda que famílias adquiram kit de sobrevivência

Por Redação

Em 27 de março de 2025

Foto: Marcus Wallis/Unsplash

A Comissão Europeia apresentou nesta quarta-feira (26) um novo plano de preparação civil que recomenda que todas as famílias da União Europeia estejam aptas a sobreviver por pelo menos 72 horas sem apoio externo em caso de crises extremas — como guerras, pandemias, ciberataques e eventos climáticos severos.

Entre as orientações mais práticas do guia, que conta com 30 ações-chave, está a montagem de um kit de sobrevivência básico para uso doméstico. O objetivo é garantir que os cidadãos possam enfrentar com autonomia os primeiros dias de uma situação crítica, quando os serviços públicos podem estar indisponíveis.

O que deve conter o kit:

  • 6 garrafas de água potável por pessoa;
  • Alimentos não perecíveis (como arroz, massas e enlatados);
  • Lanternas e pilhas;
  • Rádio analógico com pilhas;
  • Kit de primeiros socorros completo.

A vice-presidente da Comissão Europeia, Roxana Mînzatu, resumiu o espírito do plano com uma metáfora: “Conserte-se o telhado enquanto o sol ainda brilha”. O plano incentiva os cidadãos a se prepararem antes que uma nova crise aconteça — algo que, segundo Bruxelas, não é mais uma possibilidade remota.

A proposta surge em um momento de alerta crescente dentro da UE. Agências de inteligência europeias vêm reforçando o risco de a Rússia lançar algum tipo de agressão contra o bloco nos próximos cinco a dez anos. Além disso, a experiência da pandemia de covid-19 e a intensificação de eventos climáticos extremos evidenciaram a vulnerabilidade das populações.

O guia da Comissão também recomenda que os países promovam simulacros, cursos e exercícios de emergência para civis, além de integrar o tema da preparação em escolas e campanhas públicas. Há ainda sugestões de cooperação entre civis e militares e de criação de uma plataforma digital com informações em tempo real sobre riscos e rotas de fuga em caso de emergência.

“Estratégia de Preparação da União Europeia”

Além das recomendações práticas para os lares, o novo plano — batizado de Preparedness Union Strategy (“Estratégia de Preparação da União Europeia”) — é uma tentativa ampla da Comissão Europeia de transformar a cultura de resposta a crises no bloco, passando de uma abordagem reativa para uma postura mais proativa e coordenada.

“O objetivo da estratégia é fortalecer a preparação civil e militar em toda a Europa, garantindo que todos — governos, empresas e cidadãos — estejam prontos para agir com rapidez e eficácia quando necessário”, afirmou a Comissão Europeia em nota oficial.

A estratégia se baseia em três pilares principais: uma abordagem integrada a todos os tipos de ameaças (naturais ou humanas), o engajamento de toda a sociedade e a cooperação entre diferentes níveis de governo.

Entre as ações-chave, estão:

  • Criação de um painel de crises para autoridades tomarem decisões com base em dados em tempo real;
  • Revisão do Mecanismo de Proteção Civil da União;
  • Desenvolvimento de diretrizes para garantir que cada cidadão possa se manter autossuficiente por pelo menos três dias.

Veja outros elementos que compõem o plano:

Estocagem

Para ampliar a resiliência das funções vitais da sociedade, o plano prevê a integração de critérios de preparação em todas as políticas da UE, uma estratégia de estocagem de produtos essenciais — como medicamentos, alimentos e água — e o fortalecimento da segurança de recursos naturais críticos. Um dos objetivos é garantir a continuidade de serviços essenciais, como transporte, energia, saúde e telecomunicações, mesmo durante crises graves.

Sistemas de alerta

Outro foco importante da estratégia é o fortalecimento dos sistemas de alerta precoce e da comunicação de risco, com campanhas educativas, materiais informativos online e inclusão do tema da preparação nos currículos escolares. “Queremos aumentar a conscientização pública sobre os riscos e capacitar os cidadãos a agir de forma autônoma”, destacou a Comissão.

Protocolos de emergência

A estratégia também incentiva a criação de protocolos de emergência entre governos e o setor privado, a formação de uma força-tarefa de preparação com empresas e a revisão das normas de compras públicas. No campo da cooperação civil-militar, o plano prevê exercícios conjuntos, padronização de investimentos de uso dual (civil e militar) e maior integração com parceiros estratégicos, como a OTAN.

Revisão de políticas

Por fim, o documento propõe que todas as futuras políticas e legislações da UE passem por uma verificação de impacto sobre segurança e preparação. “Para estarmos realmente prontos, precisamos saber exatamente para o que devemos nos preparar. Isso exige avaliações de risco mais abrangentes e intersetoriais”, explica o texto, que prevê a primeira grande avaliação de riscos e ameaças da UE até o final de 2026.

Fonte: IM/ML

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