Há mais de um mês, a unidade do sargento Dmytro Pysanka, no sul da Ucrânia, recebeu um telêmetro a laser de alta tecnologia dos Estados Unidos, que tem o formato de binóculos, e permite ver alvos à noite e transmitir sua distância, direção e coordenadas de GPS.
Alguns soldados aprenderam o suficiente para operar a ferramenta, mas mudaram para outra unidade nos últimos dias.
“Tenho tentado aprender a usá-lo lendo o manual em inglês e usando o Google Tradutor para entendê-lo”, acrescentou o sargento.
O governo Joe Biden até agora se recusou a enviar conselheiros militares para ajudar a treinar as forças ucranianas – evitando um confronto mais direto com a Rússia.
Andriy Mykyta, membro da guarda de fronteira da Ucrânia, recebeu, antes da guerra, um treinamento de conselheiros da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) sobre armas antitanque britânicas avançadas, e agora corre para ensinar os colegas.
Em muitos casos, diz Mykyta ao New York Times, os soldados ucranianos aprendem a usar algumas armas por conta própria, usando vídeos e praticando online.
Nos próximos dias, os Estados Unidos planejam enviar uma nova remessa ao Exército ucraniano. Segundo o presidente Joe Biden, o sistema avançado de mísseis permitirá “atacar com maior precisão alvos-chaves no campo de batalha na Ucrânia”.
A Ucrânia se comprometeu a usar mísseis de longo alcance enviados pelos Estados Unidos apenas para se defender, e não para atacar alvos em território russo. A Rússia reagiu e disse que atacará novos alvos se o armamento for entregue.
O Reino Unido também prometeu enviar à Ucrânia lançadores múltiplos de foguetes móveis, melhorando o alcance e a precisão da artilharia ucraniana. O envio de armamentos é um pedido recorrente do presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski.
As novas armas da Ucrânia estão concentradas na região do Donbass, no leste do país, onde acontecem disputas pelo controle da cidade estratégica de Sievierodonetsk.
“Os ucranianos estão ansiosos para empregar equipamentos ocidentais, mas é preciso treinamento para mantê-los”, afirmou Michael Kofman, diretor de estudos russos do CNA, um instituto de pesquisa em Arlington, Virgínia, ao jornal The New York Times. “Algumas coisas não são fáceis de apressar”.
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