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Polarização política está causando debandada em partidos em todo o país

Os líderes políticos não estão sabendo lidar e muito menos medir as consequências da polarização política que ocorre atualmente na política brasileira com uns preferindo votar na direita de Jair Messias Bolsonaro e outros na esquerda de Luís Inácio Lula da Silva no segundo turno, apesar de fundamentais, os partidos acabaram perdendo representatividade em muitos locais do país.

O fenômeno que prefiro chamar de “debandada política volátil” é muito mais grave do que se imagina, deixando os partidos sem reação.

Há um tempo atrás era natural que numa disputa política local os partidários seguiam seus líderes para onde eles fossem, no entanto, com o advento das redes sociais houve à perda do famoso “corpo-a-corpo” ou “olho-no-olho”, à falta da presença dos candidatos com a internet acabou transformando à política em digitalizada e densa.

Os partidos estão sendo obrigados a liberar seus correligionários para escolher em que apoiar num cenário de 2º turno. Como é o caso de Mato Grosso do Sul, muitos partidos liberaram seus filiados para votar no candidato de sua preferência.

O que vem trazendo desespero aos líderes políticos, principalmente aos locais, quem tem percebido o crescimento de uma ideologia política mais nacionalista e menos regionalizada ou mais foco no candidato e menos foco no partido que ele pertence.

A resposta para esse fenômeno é bem simples, apesar de haver emissoras de televisão, rádio e jornais com altos índices de audiência o que nos chama atenção são os valores investidos nas redes sociais em busca de votos. O problema é que nós sabemos que uma grande maioria dos eleitores de redes sociais não tem nenhum compromisso partidário e sim com o candidato de sua preferência em si, o que o torna volátil.

Até o momento foram gastos R$189,1 milhões de recursos públicos do Fundão Eleitoral para “viralizar” postagens artificialmente nas redes sociais no país.

Ou seja, altos investimentos nas redes sociais que são redutos de eleitores voláteis, tornam esses eleitores livres para exercer a democracia sem o famoso comprometimento partidário.

Antes de 2018, o modelo político brasileiro já vinha pronto e formatado como um jogo de cartas marcadas, as notícias e pesquisas eram divulgadas em meios de comunicação conservadores como rádios, jornais, revistas e sites, estes sempre tiveram seus ouvintes e leitores cativos, mas com as redes sociais, aquele que tem mais condições, produz uma peça publicitária melhor, consegue impulsionar mais, recebe mais interação e acaba sendo mais visto, como resultado cativa o eleitor volátil ou aquele que ainda não escolheu candidato.

Fonte: Maikon Leal – Jornalista e professor de História.

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