Categories: Destaques Final 2

Custo de alimentação saudável na América Latina é o mais alto do mundo, diz ONU

Mais de 131 milhões de pessoas na América Latina e no Caribe não puderam ter acesso a uma alimentação saudável em 2020 – AFP

Mais de 131 milhões de pessoas na América Latina e no Caribe não puderam ter acesso a uma alimentação saudável em 2020, cujo custo na região é o mais alto do mundo, alertou a ONU em um relatório apresentado ontem (18) em Santiago, no Chile.

O número equivale a 22,5% da população regional e representa um aumento de 8% em relação ao ano anterior, segundo o relatório “Panorama Regional de Segurança Alimentar e Nutricional”, elaborado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO, na sigla em inglês) e quatro outras agências da ONU.

O custo médio de uma dieta saudável na região “é estimado em US$ 3,89, o mais alto em comparação com outras regiões do mundo e também superior à média global (US$ 3,54)”, acrescenta o relatório.

O alto custo de acesso a alimentos saudáveis e nutritivos “afeta particularmente as populações vulneráveis, pequenos agricultores, mulheres rurais, indígenas e afrodescendentes, que destinam uma porcentagem maior de sua renda para a compra de alimentos”, explicou Rossana Polastri, diretora do escritório regional do Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (Fida), que também participou do relatório.

O estudo também aborda o aumento da fome e da desnutrição na região devido ao impacto de uma série de crises, como a pandemia do coronavírus, o aumento da inflação e a guerra na Ucrânia.

O número de pessoas em situação de fome na região passou de 43,3 milhões em 2019 para 56,5 milhões em 2021, representando 8,6% da população.

Enquanto isso, 267,7 milhões de pessoas na América Latina e no Caribe, 40,6% da população, sofriam de insegurança alimentar, ou seja, não tinham acesso contínuo a alimentos ou ficavam pelo menos um dia sem comer. O número está bem acima da média mundial de 29,3%.

“Um paradoxo considerando que a região poderia produzir alimentos para mais de 1,3 bilhão de pessoas, quase o dobro da população que temos na região”, disse Mario Lubetkin, diretor-geral adjunto da FAO e representante regional para a América Latina e o Caribe.

Lubetkin argumentou que “diversificar a produção de alimentos nutritivos é um elemento-chave para tornar as dietas saudáveis acessíveis a todos”.

Deixe seu comentário...
Redação

Share
Published by
Redação

Recent Posts

Mais de 450 mil veículos estão com licenciamento atrasado em MS

Nesta segunda-feira (17) o Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul (Detran-MS) notificou…

8 horas ago

Procon vistoria e fecha acessos ao Cristo Redentor no Rio de Janeiro após morte de turista

O Procon-RJ realizou uma vistoria e interditou a venda de bilhetes do trem que leva ao Cristo…

9 horas ago

Deputado francês sugere que EUA devolvam Estátua da Liberdade

Neste domingo (16), o deputado Raphaël Glucksmann, que representa a França no Parlamento Europeu, sugeriu…

9 horas ago

Atividade econômica brasileira cresce 0,9% em janeiro

Após recuo em dezembro de 2024, a atividade econômica brasileira cresceu no primeiro mês de 2025,…

10 horas ago

Homem agride mãe e irmã, rompe tornozeleira eletrônica e foge em Rio Verde

Na noite deste domingo (16), a Polícia Militar foi acionada por uma jovem de 27…

10 horas ago

Como a Europa se beneficiou com o fim da Guerra Fria — e por que agora está se rearmando

"Baixamos a guarda. Reduzimos nossos gastos com defesa para menos da metade. Achamos que estávamos…

10 horas ago

This website uses cookies.