Parecem fogos de artifício, mas esses brilhos no céu são resultado de um fenômeno natural. Registrada em dezembro de 2017, esta imagem mostra o céu na província de Heilongjiang, no nordeste da China. Os 48 meteoros fazem parte da chuva anual de meteoros Geminídeas. Apesar das temperaturas de -28°C, as exposições de câmera foram feitas no horário de pico do espetáculo celestial. Os meteoros fluem como uma chuva radiante que, acima do horizonte, destaca as duas estrelas mais brilhantes da Constelação de Gêmeos, Castor e Pollux (Crédito: Nasa)
Astrônomos estavam monitorando de perto o asteroide 2024 YR4, um corpo celeste que chegou a ter uma probabilidade considerável de colidir com a Terra em 2032. No entanto, a NASA anunciou nesta segunda-feira (26) que o risco foi descartado: as chances de impacto caíram para quase zero.
“Eu já imaginava que isso aconteceria conforme coletássemos mais dados”, disse Davide Farnocchia, engenheiro de navegação do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, na Califórnia. “Eu estava dormindo bem.”
Os primeiros cálculos sobre o asteroide foram feitos logo após sua observação, em 27 de dezembro de 2024, e indicavam que ele tinha mais de 1% de chance de atingir a Terra. Esse era o maior risco registrado pela agência para um asteroide desse porte.
Conforme os cientistas analisavam mais informações, as chances de impacto subiram para 1,2% em janeiro e chegaram ao pico de 3,1% na última terça-feira (20). Embora pareça um número pequeno, foi a probabilidade mais alta já registrada pela NASA para um objeto desse tamanho ou maior.
Estima-se que o 2024 YR4 tenha entre 40 e 90 metros de diâmetro, o suficiente para causar devastação se colidisse com uma área densamente habitada. Cálculos preliminares sugeriam que ele poderia atingir ou explodir no ar sobre grandes cidades, como Mumbai (Índia) e Lagos (Nigéria).
Mas um dia após a projeção de 3,1% de chance de impacto, os números começaram a cair: 1,5% em 19 de fevereiro, 0,3% no dia seguinte e, na segunda-feira, a NASA anunciou que a probabilidade havia despencado para apenas 0,004% (1 em 25.000 chances).
“Isso já está desatualizado”, disse Farnocchia. Novos cálculos indicam que a chance real de impacto agora é de apenas 1 em 59.000.
A probabilidade de colisão mudou à medida que os astrônomos coletaram mais dados sobre a órbita do asteroide usando telescópios terrestres. Com informações adicionais, as incertezas sobre seu trajeto pelo sistema solar diminuíram, até que os especialistas concluíram que não há mais motivo para preocupação.
“Isso é completamente normal e faz parte do processo científico”, explicou Farnocchia.
Apesar de a Terra ter sido descartada como alvo, a NASA ainda considera uma pequena possibilidade de 1,7% de o asteroide colidir com a Lua. Se isso ocorrer, ele deixaria mais uma cratera em sua superfície já marcada por impactos espaciais.
A NASA continua monitorando o 2024 YR4 a partir de observatórios ao redor do mundo, como o Lowell Discovery Telescope, no Arizona, e o Nordic Optical Telescope, nas Ilhas Canárias. No entanto, até abril, o asteroide ficará fora de vista e só voltará a ser observado em 2028.
“O asteroide seguirá seu caminho natural”, concluiu Farnocchia. “O fato de termos detectado e calculado suas chances de impacto com tanta antecedência é um bom sinal de que estamos fazendo o trabalho certo para lidar com esse tipo de risco.”
Fonte: The New York Times
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