Apagões massivos de comunicação por ondas curtas de rádio foram sentidas neste fim de semana no Círculo Polar Ártico, devido a um evento de absorção da calota polar profunda (PCA). Esse é um fenômeno que explosões solares mais fortes podem provocar na Terra.
As zonas vermelhas no mapa acima mostram onde as transmissões de ondas curtas foram sendo absorvidas. “Frequências abaixo de 15 MHz estão quase completamente apagadas, enquanto qualquer coisa abaixo de 35 MHz está sendo atenuada, pelo menos um pouco”, diz a plataforma de meteorologia e climatologia espacial Spaceweather.com.
Esta foi uma consequência da explosão solar de grau quase máximo ocorrida no sábado (8).
Vamos entender:
A mancha solar AR3697 está atualmente posicionada no Sol de forma que se torna magneticamente bem conectada à Terra. Como resultado, os prótons acelerados pela explosão estão em espiral em nossa direção, “nevando” no topo da atmosfera da Terra, bem como todas as espaçonaves próximas ao planeta.
O vídeo acima foi produzido com dados do coronógrafo do Observatório Solar e Heliosférico (SOHO), uma parceria entre a NASA e a Agência Espacial Europeia (ESA). Cada partícula de “neve” que vemos é causada por um próton energético atingindo a câmera da espaçonave.
Através do nevoeiro, é possível ver uma ejeção de massa coronal (CME) – jato de plasma solar – brilhante emergindo do local da explosão. Esse jato passará pela Terra na segunda-feira (10).
Segundo o Spaceweather.com, no momento, a tempestade de radiação é de categoria S2 (Moderada), vários níveis abaixo do pico da escala. Ainda de acordo com a plataforma, o evento não representa uma ameaça para astronautas ou aeronaves.
No entanto, esta tempestade contém uma fração excepcionalmente alta de prótons “pesados” com altas energias > 100 MeV. Prótons pesados podem atingir corpos de naves espaciais, embaçar suas câmeras e causar reinicializações de computadores de bordo. Não seria uma surpresa haver relatos de pequenos problemas de satélite nos próximos dias.
De acordo com previsões da NOAA, tempestades geomagnéticas da classe G2 – considerada moderada em uma escala que vai de G1 a G – podem ser causadas se houver uma colisão da CME com a atmosfera.
Um impacto direto do material provavelmente causaria uma tempestade geomagnética severa. No entanto, como o contato será apenas “de raspão”, são esperadas no máximo tempestades moderadas.
Fonte:OlharDigital/ML
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