Nas buscas, foram encontradas diversas armas em um endereço - Divulgação/Polícia Civil-PR
Membros de uma quadrilha especializada no tráfico interestadual e internacional de drogas que moravam em Mato Grosso do Sul foram alvos de operação da Polícia Federal (PF), da Receita Federal e da Polícia Civil do Paraná.
Deflagrada ontem, a Operação Downfall visa desarticular uma organização criminosa que exportava cocaína para a Europa por meio do Porto de Paranaguá (PR). Em MS, foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão, sendo dois em Campo Grande e outros quatro em Dourados.
Além de Mato Grosso do Sul, os estados do Paraná, de Santa Catarina, de São Paulo, de Mato Grosso, de Goiás e do Rio de Janeiro também foram alvos da ação, que prendeu 28 integrantes da organização criminosa, entre eles, três em flagrante.
Os agentes apreenderam aproximadamente 5,2 toneladas de cocaína, e foram decretadas medidas patrimoniais de sequestro de imóveis, bloqueio de bens e valores existentes em contas bancárias e aplicações financeiras dos investigados, totalizando mais de R$ 1 bilhão.
Segundo o delegado da PF Eduardo Verza, a organização criminosa tem diversas ramificações no País e conta com uma ampla estrutura de logística de integralização dos carregamentos ilícitos no território brasileiro para chegar aos portos, como o de Paranaguá, e deles ir para a Europa.
Além disso, a organização tinha poder sobre a produção da droga, que entrava no Brasil pelo Paraguai. A cocaína não era produzida no país vizinho, mas chegava até ele via transporte aéreo.
Um dos principais produtores mundiais de cocaína é a Bolívia, que, de acordo com o diretor do Departamento de Operações de Fronteira (DOF), Wagner Ferreira da Silva, usa várias rotas para entrar no Estado, entre elas, a fronteira com o Paraguai, que é o país usado nesse esquema.
Verza também comenta que a organização estava expandindo o esquema, comprando aviões para transportar a droga por outras rotas, desde a produção, e que partiria para outros locais, como a Cidade do México. No entanto, o principal foco era, utilizando o Brasil como passagem, enviar a droga para a Europa por meio de portos.
A organização tinha diversos núcleos, entre os quais, pessoas que atuavam apenas na parte operacional e integrantes que faziam a contabilidade da quadrilha, tendo em vista que eram movimentadas grandes quantias de dinheiro.
Foi constatado também que, entre as metodologias usadas pelos criminosos para o transporte da droga, umas delas era a de ocultação da droga em contêiner, sem o consentimento do transportador, além da ocultação da droga em cargas e do uso de mergulhadores para inserção da droga em compartimentos submersos em navios.
Os agentes constataram um esquema envolvendo o setor imobiliário do litoral de Santa Catarina, que promovia a lavagem de dinheiro proveniente do tráfico de drogas. Conforme as investigações, os criminosos compraram imóveis de luxo com dinheiro em espécie sem comunicar os órgãos competentes. Além disso, outras pessoas eram usadas para ocultar a identidade do comprador.
Algumas empresas do ramo imobiliário de Santa Catarina são suspeitas de realizarem negócios fraudulentos ou não declarados, que foram custeados com recursos do crime. A PF revela que há indícios de que os representantes dessas companhias tinham conhecimento da procedência ilegal dos valores.
O delegado da Receita Federal Ivens Lopes Ribeiro afirma que o órgão vai analisar se todos os investigados têm fonte de renda lícita para aquisição do patrimônio apreendido nessa quinta-feira. “O objetivo agora é atingir a parte financeira dessa organização criminosa”, revela o delegado.
As investigações que chegaram ao esquema de tráfico internacional de drogas começaram com o aumento de homicídios em Paranaguá, cidade onde fica o Porto de Paranaguá. A Polícia Civil local constatou que o aumento da violência estava relacionado com a disputa pelo controle do tráfico de drogas na região.
Segundo o órgão, um dos criminosos mais procurados do Paraná, com extensa ficha criminal, seria o responsável por financiar os homicídios, fornecendo armas e munições para execução de integrantes de grupos rivais. O criminoso estava foragido desde 2016 e foi preso em agosto de 2021 em uma clínica de cirurgia plástica em São Paulo, onde portava documentos falsos.
A polícia constatou também a relação do indivíduo com o incêndio de dois veículos da delegacia de polícia de Matinhos, em abril de 2020. Os carros estavam envolvidos em um duplo homicídio a tiros de fuzil calibre 556, pistola 9 milímetros e espingarda calibre 12, ocorrido três dias antes do atentado.
Segundo levantamento feito pelo Correio do Estado, as forças policiais relatam que o Estado é uma das principais rotas de drogas do País em razão de sua localização, que fica entre a Bolívia, onde a maioria dos alucinógenos é feita, e o destino final, que são os portos e aeroportos nacionais.
Após a Força Aérea Brasileira (FAB) inaugurar, em 2020 e 2021, respectivamente, dupla de estações de radares que controla o espaço aéreo da fronteira sul-mato-grossense com a Bolívia, a qual está localizada em Corumbá, e com o Paraguai, em Ponta Porã e Porto Murtinho, as drogas passaram a ser distribuídas por meio das rodovias.
Segundo dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de MS (Sejusp), houve um aumento nas apreensões de cocaína em Campo Grande, que passaram de 2,5 toneladas
em 2021 para 6,1 toneladas no ano passado.
Fonte: Correio do Estado
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