Plantio do milho safrinha deve sofrer impactos negativos. (Foto: Reproduçãp/Famasul)
A decisão do Tesouro Nacional de suspender as novas contratações de linhas de financiamento para o Plano Safra 2024/2025 pode causar um novo aumento nos preços dos alimentos, afirmam produtores de Mato Grosso do Sul. Isso ocorre porque é comum financiar insumos e fertilizantes para reduzir os custos por hectare, e, sem esse crédito, a área plantada deve diminuir e os preços podem subir.
Em uma nota conjunta compartilhada nas redes sociais, o presidente da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), Marcelo Bertoni, afirmou que a medida, que compromete o acesso ao crédito rural, essencial para o desenvolvimento do setor, afeta a produção de alimentos e o crescimento econômico do país.
“A medida, neste momento, compromete o planejamento e a segurança financeira dos produtores rurais que já se preparam para a próxima safra e pode elevar os custos de itens da cesta básica, como a proteína animal, uma vez que as rações utilizadas nas criações dependem dos grãos, cuja produção pode ser impactada pela falta de crédito”, disse ele.
A Famasul afirma que continuará acompanhando de perto os desdobramentos da situação. O presidente do Sindicato Rural de Três Lagoas, Bruno Ribeiro, disse ao Perfil News que a suspensão é catastrófica para o setor e deve impactar diretamente o plantio do milho, que começa em maio.
Além disso, a aquisição de matrizes, a reforma de pastagens e a produção de laranja também devem sofrer prejuízos.
“O pessoal já está precisando do Plano Safra para o plantio do milho agora em maio, para aquisição de matrizes, para comprar vacas, para reformar a pastagem. Isso desmotiva o produtor rural, que já vem de dois anos péssimos, e aí, com essa ‘bordoada’ do governo federal, desmotiva mais ainda”, afirmou Ribeiro.
Ele também alerta para possíveis altas nos preços da soja, milho e boi. Outro fator apontado foi a inadimplência. Ainda ao portal do interior, o produtor rural da região leste, Lúcio Sanvito, também falou sobre os impactos no milho safrinha.
“O produtor sempre financia a safra para ter poder de compra e reduzir custos. Sem esse dinheiro, ele vai plantar menos, o que causará uma menor produção agrícola, menos oferta e, consequentemente, preços mais altos”, explicou.
O presidente do Sindicato Rural de Aparecida do Taboado, Eduardo Sanches, afirmou ao Perfil News que a suspensão do Plano Safra agrava a crise financeira dos produtores. “O governo vem com essa medida, mas como o produtor renova o custeio? Como ele busca recurso novo para plantar? O risco é muito grande com as taxas de juros do mercado financeiro; ninguém aguenta”, destacou.
O Tesouro Nacional decidiu interromper as novas contratações de financiamentos para o Plano Safra 2024/2025 a partir desta sexta-feira (21). Em ofício enviado aos bancos que operam o crédito, o órgão afirma que a suspensão se deve à atualização das previsões de gastos relacionados ao “estoque de operações rurais contratadas com equalização da taxa de juros” e à não aprovação do Orçamento de 2025.
A equalização de juros significa que o governo cobre a diferença entre a taxa de juros praticada pelo mercado financeiro e a taxa paga pelos produtores que obtêm o financiamento, funcionando como um subsídio.
No ciclo 2024/2025, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) destinou R$ 400,6 bilhões para os grandes produtores por meio do Plano Safra, um valor recorde. Veja o documento na íntegra.
Fonte: Midiamax
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