“Em virtude da baixa da água, a visualização se torna mais fácil pelos criminosos que conseguem capturar os animais de forma rápida”, diz.
A declaração foi feita após a apreensão de um de peixe-boi-da-amazônia (Trichechus inunguis) abatido na orla do Rio Tefé, no estado do Amazonas.
A operação promovida pelo órgão ambiental, na última terça-feira (24), apreendeu ainda 422 kg de carne de pirarucu (Arapaima gigas) que estaria sendo comercializada na Feira Municipal de Tefé, sem comprovação de procedência de manejo autorizado.
De acordo com Santos, a intensificação da ação predatória representa uma ameaça de extinção efetiva desses animais em médio e longo prazo.
“Se o peixe-boi for extinto, ocasionará um desequilíbrio enorme no ecossistema aquático. Uma vez que o peixe-boi tem [seu papel na] cadeia alimentar”, explica.
A denúncia dos crimes partiu de organizações não governamentais e da unidade do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) que atua na região e segundo o Ibama, já resultaram na aplicação de R$ 12 mil em autuações.
“O Ibama monitora os rios em conjunto com outros órgãos, monitorando a qualidade da água, a temperatura e recebendo informações da vazão desses rios. Além disso, é claro, realizando a fiscalização de ações que possam piorar a situação, não somente dos níveis da água, mas principalmente da fauna aquática e do garimpo ilegal que tem modificado o curso dos rios onde operam”, explica Santos.
O trabalho dos órgãos de fiscalização tem apontado que os infratores utilizam redes de pesca malhadeira, arpões, martelos e até armas de fogo na caça e pesca ilegais. Depois, a carne desses animais é levada para o corte em locais sem autorização sanitária, para ser disponibilizada no comércio.
“O Ibama tem realizado ações de fiscalização em ponto estratégicos onde a caça tem maior número e riscos ao equilíbrio de vida desse animais”, diz o diretor.
Segundo Santos, devido às dimensões da Bacia do Amazonas é necessário que volte a chover em toda a região, para que os rios recuperem o volume de água e superem a mínima histórica observada em várias regiões da Amazônia.
“Esperamos que a partir de fim de outubro a chuva chegue e os rios possam voltar aos seus níveis normais”, conclui Santos.
Fonte: Agencia Brasil
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